Provas da existência de Deus


De certa feita, estava eu pregando em uma igreja batista sobre as provas da existência de Deus. Procurei usar algumas poucas referências bíblicas que concordam em espirito com as provas filosóficas, mas que não se acham ali com o propósito especifico de provar a existência de Deus. Fui severamente criticado devido àquele sermão, e uma das senhoras chegou a dizer: «Espero que o pastor não tome a convidar aquele filósofo para falar à igreja!» Em uma outra ocasião, um jovem de um seminário batista, na cidade de São Paulo, referiu-se ao que aquela senhora dissera, concordando inteiramente com ela. Eu estava presente e ouvi a observação dele, mas não me dei ao trabalho de protestar. Mas eu sabia que tanto os cursos de filosofia como de teologia (da escola que ele frequentava) incluíam provas racionais da existência de Deus, naquelas disciplinas. A ignorância dos fatos nunca leva a coisa alguma. Quanto mais aprendemos, tanto melhores ficamos. Os filósofos têm feito bem em examinar esse assunto; fazemos bem em ficarmos informados acerca do assunto, — mesmo que não precisemos de tais provas para consubstanciar a nossa fé cristã. Pois os que ainda pertencem ao mundo, talvez sintam que essas provas são úteis para eles consubstanciarem sua fé na existência de Deus. “Igualmente, muitas dessas provas têm uma”, sólida base bíblica, ainda que, na Bíblia, tais conceitos não sejam expostos como provas.
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Abaixo oferecemos os vinte argumento que “comprovam” a realidade da existência de Deus, a saber:
1.   Há a idéia do quinque viae, exposta por Tomás de Aquino. Antes de tudo destaca-se o principio do impulsionador primário, isto é, aquela força que desencadeou o movimento e que agora sustenta o mesmo. O mundo seria, essencialmente, «matéria em movimento». Precisamos explicar a existência tanto do movimento como de sua causa primária. Pois não é lógico entrarmos em um regresso infinito, afirmando que um movimento foi causado por um antecedente, e este por um outro, anterior a ele, e assim indefinidamente. Precisamos finalmente chegar à declaração da origem do movimento. Em Col. 1:17 vemos que esse poder é atribuído a Cristo(o Logos), ao passo que no trecho de Atos 17:28 essa força é atribuída a Deus Pai. Estes dois trechos foram declarações do Apóstolo Paulo. Por conseguinte, esse argumento de Tomás de Aquino já existe nas Escrituras, ainda que não na forma rigorosa de um argumento, porém, meramente como uma afirmação sobre a origem do movimento e como o mesmo tem prosseguimento. O movimento assume muitas formas diversas, e, segundo o conhecimento mais avançado de que dispomos, sobre essa particularidade, o movimento mais elementar é aquele que se verifica no interior do átomo, e que envolve os elementos constitutivos do átomo. Existe igualmente movimen­tos na formação das coisas, no desenvolvimento de qualquer coisa a que chamamos de crescimento. Tais movimentos são governados por uma inteligência qualquer, porque, de outro modo, tudo não passaria do mais absoluto caos. Os movimentos são dirigidos na direção de alvos fixos, levados a efeito com um propósito definido. Somente uma inteligência elevada poderia assim ordenar e dirigir tais movimentos.
2.      Há o argumento cosmológico. Temos a necessidade de explicar a origem da matéria. Poderíamos encetar uma série infindável de retroces­sos, supondo que há uma fileira interminável de causas, sem jamais chegarmos a uma causa primária,
—   mas isso é simplesmente contrário à razão. Assim sendo, precisamos supor que existe uma causa, maior do que qualquer dos seus efeitos, causa essa que originou a matéria. Com base na grandiosidade da criação, podemos averiguar algo da grandiosidade da inteligência de Deus, bem como algo de seu extraordinário poder. A única alternativa possível a essa posição é aquela que afirma que a matéria é eterna; essa ideia, entretanto, é muito menos satisfatória do que aquela que fala de uma Causa inteligente de todas as coisas. Causa essa que é eterna, mas que produziu a criação dentro do tempo. Coisa alguma, de tudo quanto existe, pode ser declarada como sua própria causa, porquanto sempre podemos encontrar uma causa para qualquer coisa, e outra causa para essa causa, e assim por diante. Finalmente, porém, somos forçados a pôr ponto final nesse retrocesso, supondo a existência de uma Causa primária. Essa é a solução mais razoável, para o problema da origem, dentre todas as soluções que têm sido apresentadas pelos homens.
3.    Há o argumento alicerçado na contingência ou na possibilidade. — Esse argumento tem por fundamento a verdade empírica que mostra que tudo quanto conhecemos, através de nossa experiência, é «contingente». Em outras palavras, depende de alguma outra coisa para explicar a sua existência. Isso subentende que a menos que exista alguma coisa «necessária», que «não possa deixar de existir», todas as coisas, finalmente, cessariam de existir, porquanto dependem ou são contingentes dessa coisa necessária. Uma vez mais poderíamos iniciar um retrocesso infinito, supondo que todas as coisas realmente dependem de alguma outra coisa, sem jamais chegarmos a um «ser necessário», independente, que não depende do que quer que seja para a sua existência. Porém, essa ideia é muito menos razoável do que supormos que ao longo do caminho de retrocesso, em algum lugar, se encontra aquela vida necessária, que não depende de qualquer outra coisa para a sua existência, mas antes, é sua própria causadora e existe independentemente de tudo o mais. A esse ser independente é que denominamos «Deus». O evangelho de João encerra esse conceito em trechos como João 5:25,26 e 6:57, onde se lê que esse tipo de vida independente, imortal e necessária foi conferida ao Filho de Deus (através da ressurreição), pelo poder de Deus Pai, e então, por intermédio do Filho, a todos quantos nele creem. Esse é um dos conceitos mais elevados da religião, revelada ou não. O homem, através dessa doação, vem a participar da «vida independente» de Deus, e assim virá a participar do mesmo tipo de imortalidade que Deus Pai possui. Essa é a autêntica vida eterna.
4.  Há o argumento axiológico. Em outras palavras, há uma única forma ou graus de perfeição? Sempre que examinamos a bondade, a justiça, a beleza, a nobreza, ou qualquer outra das qualidades morais, observamos neste mundo muitos graus de perfeição. Ora, a própria ideia de «grau» subentende a necessidade de um grau máximo, ou seja, da perfeição—um «maxime ens» ou «ens realissimus». Esse ente mais real se chama «Deus» que é o ápice de todos os graus de perfeição.
5.  O argumento teleológico. Todos os aspectos da vida e do ser demonstram um desígnio extremamente completo. Tudo quanto é vida possui propósito em seu ser, além de um esquema muito complexo de funções físicas, o que demonstra o mais estupendo desígnio. A complexidade de desígnios existente, por exemplo, no olho humano, é demonstração suficiente da existência de uma inteligência cheia de propósito para confundir um milhão de ateus. A ordem que impera no universo físico é exata e maravilhosa para a nossa apreciação. Ora, por detrás de todo esse propósito e desígnio deve haver um grande Planeja­dor, ou seja, a mais elevada inteligência que se pode imaginar, —que foi capaz de pôr em movimento uma criação magnífica que sempre desperta a nossa observação. O Planejador è Deus e sua inteligência é amplamente demonstrada no mundo por ele criado. Por exemplo, há uma variedade de mariposa que possui dez tipos diferentes de antenas, e que são receptores de luz. Por meio do seu uso, esse inseto é capaz de dirigir o seu voo e a sua vida em geral. A ciência dos homens ainda não foi capaz de descobrir a utilidade específica de cada uma dessas variedades de antenas, mas os cientistas se maravilham extasiados ante o fenômeno. O engenho humano jamais foi capaz de desenvolver antenas com essa sensibilidade. No entanto, alguns animais possuem receptores de luz ainda mais complicados e perfeitos, aos quais chamamos de olhos. Por detrás de desígnios tão inteligentes, deve haver um Intelecto Supremo. G essa inteligência extraordinária se chama Deus. Até mesmo as coisas inanimadas têm desígnio, e essas coisas, juntamente com outras coisas de desígnio mais complexo, adicionam o seu testemunho em favor do grande Planejador.
6.   O argumento da eficácia da razão. A razão humana, com sua extraordinária complexidade e com suas muitíssimas sutilezas e os seus poderes abstratos, comprova a necessidade de admitirmos, em nossa ontologia, o Criador e Planejador desses poderes, sendo, ele mesmo, o Intelecto supremo. A razão humana é apenas uma pequena demonstração da razão divina. Até mesmo as tentativas racionais do homem, para provar que Deus não existe, não passam de demonstrações que Deus verdadeiramente existe, porquanto essas tentativas são um uso e uma exibição da razão, o que, quando devidamente examinado, inevitavelmente nos conduz de volta a Deus. Esse argumento é uma faceta do argumento teleológico, discutido acima, no ponto anterior.
7.  O argumento moral. Em sua forma original, esse argumento assevera que o elevado senso de moralida­de que algumas pessoas possuem pode ser melhor explicado se supormos que esse senso se assemelha ao do grande Ser moral. Essa explicação é melhor do que atribuirmos tal moralidade a fatores meramente biológicos ou físicos. De conformidade com esse ponto de vista, aceitamos que um elevado senso moral se deriva da influência exercida por um Deus santo.
Em suas formas mais complexas, compreendemos que esse argumento mostra que até mesmo o vocabulário da moralidade, que se refere a conceitos como «bondade», «justiça», e «conduta ideal», subentende um elevadíssimo Padrão de moralidade, o qual inspira a moralidade no homem, o que, por sua vez, é refletido na própria natureza da linguagem humana. Igualmente, o argumento moral, em suas formas mais complexas, afirma que existe na mente humana a intuição de que deve haver uma retribuição apropriada às ações morais dos homens, subenten­dem que deve haver um Juiz capaz de dispensar retribuições na forma de bênção ou punição. Além disso, a experiência e a observação humanas demonstram que, nesta existência terrena, a injustiça pode prevalecer e frequentemente o faz pelo que a justiça, neste lado terreno da vida, não se cumpre. A razão também nos diz, por conseguinte, que deve forçosamente haver a imortalidade, pois é no «outro lado» da existência que a justiça terá de ser satisfeita. Ora, somente o Juiz absoluto pode fazer os ajustamentos necessários para que a justiça repouse sobre todos, através da bênção ou através do castigo.
A esse Juiz nós chamamos «Deus». O raciocínio da pura moral humana requer a existência de Deus. Igualmente, alicerçados em bases bíblicas, como vemos em Rom. 1:19,20, ou como se vê em João 16:8-11, percebemos que esse Juiz transmite pessoal­mente aos homens quais sejam as exigências morais deste mundo.
8.  O argumento axiológico, em sua forma mais complexa. Todas as sensibilidades humanas, no que diz respeito às perfeições da realidade, das qualidades morais, das qualidades estéticas, das qualidades políticas e da busca pela perfeição, em qualquer campo do conhecimento humano, requerem que exista o Valor supremo na direção do qual todos os demais valores apontam, e cujo padrão esses valores seguem como linha diretriz. Há uma subcategoria desse argumento, denominado «argumento henológico», o qual afirma que há uma espécie de unidade em todos os conceitos de valor, isto é, o Grande Padrão de valor, que age como o alvo e o unificador de todos os valores, a despeito do que essa disciplina porventura envolva. Essa unidade dos valores exige a aceitação da existência do Unificador de todos os valores, que é Deus.
9.  O argumento derivado da autoridade. Os livros sagrados, as experiências místicas que dão conteúdo a esses livros sagrados, a tradição histórica da igreja cristã, os escritos e predições orais dos profetas, o cumprimento dessas suas profecias, etc., mostram- nos que existem «autoridades» de natureza religiosa, o que comprova a existência de um Deus que nos transmitiu tais revelações, e que, por isso mesmo, constitui a autoridade apropriada para representar a sua própria pessoa.
10.  O argumento baseado na experiência religiosa. A experiência religiosa, como a regeneração, e as demais experiências místicas, como as curas, diversas experiências psíquicas, os milagres, etc., provam que deve haver uma realidade na fé religiosa, cujo ponto mais elevado é o Ser supremo que denominamos «Deus», o qual, também, é a fonte originária válida de toda a experiência religiosa autêntica.
11.  O argumento baseado na esperança religiosa. Existe uma crença universal dos homens na existência de Deus, que os leva a terem «esperança». A remoção da esperança deste mundo deixaria a raça humana em estado de miséria íntima. Essa esperança é justificada porque é outorgada por Deus, sendo comprovada pelo consenso humano universal. Os homens esperam em Deus, a não ser quando ensinados em contrário, por algum sistema perverso, que os condicione a isso.
12.  O argumento baseado na realidade dos milagres. A experiência humana comum testifica sobre a realidade dos milagres. A ciência não conta com qualquer explicação e nem com qualquer teoria geral que explane as muitas maravilhas extraordinárias que se verificam neste mundo. Somente a verdade religiosa pode explicar tais fenômenos. O principio religioso afirma a existência de Deus como o grande poder que há por detrás dos milagres. Existem leis mais elevadas do que aquelas que são explicadas pela ciência humana, e que podem ultrapassar as supostas limitações, impostas pela ciência natural. Deus é controlador das leis cósmicas, e, se assim quiser fazer, – pode agir contrariamente a elas, fazendo intervenção, ultrapassando-as ou utilizando-se de leis superiores a elas; a fim de produzir acontecimentos que desafiam qualquer explicação «lógica», de conformidade com a lógica cientifica.
13.  O argumento do consensus gentium. Essas palavras latinas significam «opinião popular». Sempre fez parte da opinião de todas as culturas humanas que existe algum Ser supremo, ou existem alguns seres divinos. O ateísmo, em contraste com isso, precisa ser aprendido; não ocorre naturalmente a quem quer que seja. Não existe um único ser humano, à face da terra, que seja ateu de nascimento. Usualmente os indivíduos aceitam o ateísmo nas escolas seculares e profanas, onde os mestres, inchados de orgulho intelectual, pensam ser suficientes para si mesmos, sem necessitarem de qualquer Poder supremo. Todavia, em todas as culturas onde a sofisticação do ceticismo ainda não penetrou, há a crença na existência de Deus, ou, pelo menos, de vários deuses. A opinião geral da humanidade, entretanto, não nos pode conduzir à natureza exata de Deus, mas, pelo menos, pode conduzir-nos à «ideia da existência da divindade»—Deus existe.
14.  O argumento baseado na revelação e no misticis­mo. Deus tem achado por bem revelar-se a si mesmo aos homens; e isso ele tem feito por intermédio de visões e sonhos. Essa revelação aparece em forma mais concreta nas Santas Escrituras. O Senhor Deus simplesmente dá conhecimento de si mesmo como um dom aos homens, porque sabe que precisam desse conhecimento. Essa revelação se origina em sua graça e em sua bondade. Que o misticismo é uma realidade é fato que se pode comprovar facilmente, através de pesquisas e da mera observação. O impulso que há por detrás de todas as experiências místicas, quer se trate de milagres ou de visões, é a Mente divina. E formas falsas de misticismo não eliminam o que é verdadeiro; e, além disso, qualquer grau de misticismo já serve de prova sobre a existência de Deus. As experiências místicas conseguem descrever Deus, em certo sentido, não sendo meramente uma afirmação de sua existência.
15.  O argumento baseado na felicidade do crente. A profunda felicidade e senso de confiança que têm os crentes em Deus, a alegria e a segurança que a fé teísta confere aos seus possuidores, servem de provas da validade da crença na existência de Deus.
16.   O argumento baseado na melhor crença. Sendo inquiridores sérios da verdade, sentimos a necessida­de de escolher entre as muitas ideia que existem, e, ao sermos defrontados por tal necessidade de escolha, a «melhor fé», obviamente, é a fé teísta. Essa crença explica melhor a existência da criação, de seu desígnio, das experiências místicas e dos milagres. Isso é uma explicação melhor do que a ideia da mera «chance», da «evolução» ou da «seleção natural», ou mesmo da coincidência sem desígnio, das «forças naturais e cósmicas», que são suas alternativas. A crença em Deus fica melhor fundada, psicologica­mente falando, na realidade das coisas, do que o ateísmo, e é muitíssimo mais satisfatória. O ateísmo perde a sua utilidade quando o indivíduo morre.

17.   O argumento da aposta, apresentado por Blaise Pascal. Pascal ensinava que é impossível provar ou negar a existência de Deus, mas dizia que, sob bases pragmáticas, a crença em Deus é superior à descrença, porquanto essa crença agrada a Deus, ao passo que o ateísmo lhe é desagradável. De acordo com essa ideia, quando um homem morre, se porventura descobrir que Deus não existe, ou se ele mesmo simplesmente deixa de existir, nada terá perdido. Por outro lado, se um homem, ao morrer, descobrir que Deus realmente existe, então só terá a ganhar com a sua crença teísta. Essa ideia, entretanto, não é válida, pois é extremamente imperfeita. Pois Deus existe, e, segundo podemos estar plenamente certos, não é nenhum tolo, o que significa que não ficará satisfeito com alguém que se aferra à crença teísta somente por motivo de vantagens egoísticas. De fato, talvez Deus se sinta mais agradado com um ateu sincero e honesto, e não com um teísta jogador com a sorte. Essa forma de crença é uma hipocrisia, e jamais poderá agradar a Deus. Igualmente, do ponto de vista teológico, a mera crença na existência de Deus não é mais vantajosa do que a crença que têm os poderes demoníacos na existência de Deus, pois os demônios creem e estremecem.
18.    O argumento do teísmo pragmático. Paralela­mente ao argumento anterior, alguns pensam que é pragmaticamente melhor ser alguém religioso, não somente no que tange à questão da crença na existência de Deus, mas também no que diz respeito à questão da prática religiosa. O ateísmo não oferece qualquer futuro a quem quer que seja, e nem mesmo reivindica oferecer isso. Ê melhor, portanto, do ponto de vista do pragmatismo prático, lançarmos nossa sorte com a religião, com a existência de Deus e da alma, fazendo profissão geral e prática da religiosidade  Se, ao morrermos, nada existir senão o vazio, ou se descobrirmos que estávamos equivocados em nossas crenças, nada perderemos com isso. Por outro lado, se alguma parte ou a totalidade das crenças religiosas estiverem de conformidade com a realidade, descobriremos que fizemos uma acertada decisão, ao seguirmos a fé teísta e as práticas religiosas, porquanto, presumivelmente, obteremos algum mérito com isso. Do ponto de vista evangélico, entretanto, essa «fé pragmática» não se reveste de valor algum, porquanto somente uma fé verdadeira em Jesus Cristo pode transformar os remidos segundo a sua própria imagem. Seja como for, o teísmo pragmático é melhor do que o ateísmo, como expressão para a existência terrena presente.
19.   A existência de Deus é a melhor explicação possível para tudo quanto está envolvido em todos esses argumentos, considerados como um conjunto. Ao examinarmos a gama inteira das possibilidades, dos argumentos, das teses e das contra teses, o teísmo mostra-se mais convincente do que o ateísmo. Isso é verdade, ainda que não possamos chegar a uma conclusão racional definitiva. A melhor ideia é a teísta, e esse é o resultado liquido de todos os argumentos, considerados em sua totalidade.
20.   O argumento alicerçado na fé pura. Alguns cristãos, especialmente nas igrejas evangélicas, têm chegado à conclusão de que nenhum argumento «racional» ou «físico» verdadeiramente demonstra a existência de Deus, mas antes, que essa certeza só ocorre através da fé bíblica. Nas igrejas evangélicas, que seguem o ensinamento bíblico, acredita-se que essa fé é conferida pelo próprio Deus, o qual dá, dessa maneira, certeza de sua existência, inteiramente à parte de evidências externas. Alguns crentes chegam mesmo a alegrar-se nessa ideia, rejeitando totalmente quaisquer outras ideia, como se estivessem próximas da blasfêmia, as quais dizem ser necessário ser comprovada a existência de Deus para que nela possamos acreditar. Porém, apesar das Escrituras Sagradas em parte alguma se lançarem à tarefa de tentarem provar que Deus existe, contudo, passagens bíblicas como aquela de Rom. 1:20 dão a entender que verdadeiramente existem provas, físicas e racionais, acerca dessa existência. Portanto, não é crime procurarmos delinear a validade de tais provas, pois, para os incrédulos, esse delineamento pode ser muito útil e valioso. Um dos primeiros passos que uma alma pode dar na direção de Jesus Cristo pode ser a crença firme na existência de Deus. Ninguém poderá jamais avizinhar-se de Cristo, segundo um sério ponto de vista evangélico, se for um ateu convicto.

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