Interpretação da Epístola de Colossenses

A palavra Integridade, aplicada à natureza de livros e epístolas, fala de questões concernentes à sua forma atual, em contraste com sua forma original. A presente epístola, conforme a conhecemos, representa a epístola original ou foi modificada com adições ou subtrações? Foram levantadas dúvidas quanto à sua autenticidade (seria de Paulo ou não?) nos meados do século passado, o que também atingiu sua integrida­de. A primeira dessas questões é amplamente estudada na primeira seção deste artigo. Quanto à questão da «integridade», H.J. Holtzmann propôs a complicada teoria que uma breve e autêntica epístola de Paulo aos Colossenses foi usada por um paulinista posterior como base da composição da epístola aos Efésios, cujo resultado foi então interpolado dentro da epístola aos Colossenses. Hermann von Soden («Die Briefe and die Kilosser, Epheser, Filemom», 1891) sujeitou essa teoria a exame cuidadoso, mas sua conclusão é que a mesma é altamente exagerada, pois haveria apenas algumas poucas interpolações por parte do autor posterior. Em seu comentário, impresso alguns anos mais tarde, a única interpolação por ele identificada foi a de Col. 1:16,17. William Sanday (em artigo no «Dictionary of the Bible», editores W. Smithe J.M. Fuller) apresenta uma revisão do problema, oferecendo fortes provas em favor da integridade e da autenticidade da presente epístola. A mais completa dissertação sobre essa questão (que também inclui a epístola aos Efésios), é a de Ernst Percy, intitulada «Die Probleme der Kolosser und Epheser-briefe». Ele apresentou podero­sos argumentos em favor da autenticidade e da integridade de ambas essas epístolas, com base ei, considerações linguísticas e teológicas. No caso da epístola aos Colossenses, pelo menos, a maioria dos eruditos concorda que ela é autenticamente paulina, tendo-se conservado praticamente segundo a forma como foi originalmente produzida. O antigo ataque contra a epístola aos Colossenses, no sentido que a mesma representa um «milieu» religioso posterior (isto é, do segundo século de nossa era), ou seja, não poderia ter sido escrita pelo apóstolo Paulo, tem sido abandonado, conforme tem aumentado nosso conhecimento sobre as condições religiosas do primeiro século de nossa era.

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