Idealismo (Monismo; Dualismo; Pluralismo)


Espirito
Idealismo Metafísico. A realidade pertence à natureza da mente, da idéia, do espírito, do não-material. O que chamamos de matéria é ilusório ou é um epifenômeno da idéia. O idealismo dualista admite a realidade da matéria, mas, de modo geral, mantém que a idéia, a mente ou o espirito constituem uma realidade superior. O idealismo pluralista supõe que há diferentes espécies de realidades imaterais. Deus é espirito; o homem é espirito; mas não pertenceriam à mesma espécie de substância imaterial.
O idealismo sofisticado aproveita-se dos avanços da ciência acerca dos conceitos de energia, sugerindo que a realidade é uma energia mental, que Deus é a fonte de todas as energias, e que as chamadas coisas materiais são epifenômenos da energia mental, e não forças separadas dessa energia (conforme diz o idealismo monista). Max Planck, físico alemão, pioneiro da teoria da mecânica quantum (ele recebeu o prêmio Nobel de física, em 1918, devido ao seu trabalho nesse campo), afirmava que o mundo assemelha-se mais a uma gigantesca idéia do que a uma complexa máquina. Ele argumentava que as leis da natureza não foram inventadas pelas mentes humanas; pelo contrário, fatores externos forçam-nos a reconhecer essas leis. Elas exibem uma ordem mundial racional, e não o resultado do acaso mecanista e revelam uma razão onipotente, que dirige todas as coisas(12). Desnecessário é dizer que ele foi criticado por outros físicos, devido a essa sua incursão na metafísica.
Idealismo Epistemológico. O que eu sei sobre a realidade é a idéia que faço da realidade. Um objeto é produto do fato de ser conhecido. Pode existir ou não sem ser conhecido. Isso continua sendo uma questão aberta; mas o que conheço sobre qualquer coisa é a idéia que faço sobre essa coisa. Somente o que é mental pode ser conhecido.
Idealismo Objetivo. A Mente universal (ou Mente divina) existe e garante a existência das outras coisas, mediante os seus processos mentais. As coisas existem independentemente do meu conhecimento a respeito delas, mas elas não são independentes da mente.
Idealismo Subjetivo. O mundo ia minha idéia. Isso é o que eu sei. Sem importar se as coisas existem ou não independentemente de minha mente, essa não é uma pergunta a que eu possa dar ‘ resposta. As categorias mentais de Kant foram propostas a fim de mostrar que’tipo de conteúdo mental a mente força sobre o mundo. Não conhecemos o mundo da maneira como ele é; conhecemos o mundo da maneira que somos. Posso postular um mundo independente de minha mente; especialmente por meio de considerações morais, estéticas e metafísicas. Porém, não terei proposições à parte de minha própria mente.
Idealismo Pluralista. Há várias espécies de mentes, como a alma humana, seres imateriais de vários tipos, e a fonte do ser, Deus, o qual, em sua essência, é diferente dos mundos e dos seres que ele criou. O cristianismo (de acordo com a maioria de seus teólogos) apresenta um idealismo pluralista, mas usualmente admite também a realidade da matéria.
Platão defendia um verdadeiro dualismo (espirito e matéria), porquanto não negava a existência real da matéria. Porém, aludia ao mundo material como inferior e temporal, em contraste com o mundo das ideias (formas, universais). O mundo das ideias é eterno, não-material, imutável, as mesmas coisas que o cristianismo diz a respeito de Deus. De fato, em seu diálogo intitulado Leis, Platão substituiu as incontá­veis ideias por uma só palavra, Deus (no grego, theós).
As Religiões Orientais. Essas fés religiosas falam sobre o mundo físico como se fosse uma ilusão. As chamadas coisas físicas nos enganariam, de modo a pensarmos que elas são reais; mas a mente seria a única realidade. Essa ideia também é representante de um idealismo monista.
Ilustração do Sonho. Alguns sonhos são extrema­mente reais. Neles nós vemos, ouvimos, tocamos, de fato, exercemos todos os nossos sentidos; mas, presumivelmente, as coisas com que sonhamos são apenas imaginárias. Toda realidade, por assim dizer, é um sonho de Deus; e, se ele deixasse de sonhar, todas as coisas cessariam de existir. Podemos transferir essa maneira de pensar para o nosso mundo diário da percepção dos sentidos. Posso dizer que esta cadeira que estou prestes a chutar (a fim de mostrar a independência dela) não faz parte do meu processo mental. Posso ver a cadeira afastar-se de mim, pois acabei de chutá-la. Posso sentir sua solidez; e, naturalmente, penso que ela é independente de minha própria pessoa. Porém, se me puser a examinar o que sucedeu, descobrirei que nada aconteceu que não esteja envolvido em meus processos mentais. A objetividade daquela cadeira, de fato, poderia ser uma ilusão. É assim que falam os idealistas epistemológicos. Mas há outros que criticam isso, afirmando que essa maneira de falar meramente tira vantagem de nosso dilema de conhecimento, que, naturalmente, sempre precisa ser concebido como vinculado ao «pensamento».
O Idealismo e o Problema Corpo-Mente:
Se estamos abordando a questão do idealismo dualista, então também estamos ventilando as mesmas considerações discutidas sob Interação número VI, abaixo, mas, se estamos tratando do idealismo monista, então temos o seguinte a dizer a respeito:
Avaliação e Criticas:
Continuo assumindo minha relativa superficialidade  conforme foi evidenciado quando tratávamos do materialismo, visto que não faz parte do propósito deste artigo examinar de modo critico e profundo o problema corpo-mente, mas tão-somente expor uma declaração geral a respeito, e, então, mostrar como as experiências perto da morte relacionam-se à questão. As experiências perto da morte lançam alguma luz sobre o problema do corpo-mente, favorecendo, segundo penso, o dualismo.
1.      O idealismo monístico parece contradizer radicalmente a nossa experiência diária com este mundo físico, que as investigações cientificas têm
evidenciado abundantemente. Essas mesmas evidências ilustram que o mundo é distinto de minha ideia do mundo, ao mesmo tempo em que o bom senso insiste em que o mundo lá fora é real, sem precisar manter qualquer ligação com a minha ideia a seu respeito.
2.     Se eu disser que a Mente Divina criou todas as coisas, e que elas são apenas ficções de minha imaginação, que elas não são reais em si mesmas, então, parecerá que criei uma proposição metafísica tão avançada que a pus fora de minha própria capacidade de investigação.
3.      No tocante ao problema especifico do corpo- mente, embora eu diga que a ideia seja tudo, de tal modo que não há interação entre o corpo material e a alma imaterial, não sou capaz de prover uma boa definição de «mente», tal como não posso fazê-lo em relação à matéria. E assim, sou forçado a exercer a fé que as qualidades mentais são tais que fazem o corpo e a mente parecerem separados um do outro, quando, na realidade, não o são.
4.      O idealismo monista depende de uma pesada metafísica, conhecida através da razão, da intuição e do misticismo, mas que aparentemente ignora as evidências colhidas pela percepção dos sentidos físicos.
Os principais filósofos que têm ensinado uma forma ou outra de idealismo são: Platão (e os filósofos platônicos e neoplatônicos em geral), a escola idealista alemã (Friedrich Wilhelm Joseph Shelling, Johann Gottlieb Fichte, George Wilhelm Friedrich Hegel, Immanuel Kant, F.H. Bradley, T.H. Green, Beraard Bosanquet, Josiah Royce, George Berkeley, G.H. Howison, Alfred FouUlée, Borden Parker Bowne, William R. Sorley, Hastings Rashdall, Edmund Husserl, August Messer e Giovanni Gentile. Um estudo nos escritos desses filósofos revelará as nuances que eles deram ao idealismo.

Nenhum comentário: