Elementos da Conversão


1.    A conversão é inspirada pela força das Escrituras, Sal. 19:7.
2.   Ê operada pelo Espírito, Sal. 51:12.
3.  Grava no coração a lei moral de Deus (ver II Cor. 3:3), e isso pelo poder do Espírito.
4.  Ela é absolutamente necessária para a salvação, Mat. 18:3.
5.  Prepara o caminho para o serviço espiritual, Luc. 22:32.
6.  A tarefa da igreja é conduzir todos os homens à conversão, Tia. 5:19,20.
7.  Ela é a base do perdão dos pecados, Atos 3:19.
8.  Ela consiste da fé (vide) e do arrependimento (vide). (Ver Atos 20:21 e Mat. 21:29).
9.  Ela prepara a alma para a união espiritual com Cristo, Rom. 6:3.
10.  A conversão pode ser gradual (como no caso da maioria das pessoas), ou dramática (como no caso de Saulo). A iluminação pode ser parcial e levar aos poucos à conversão. Muitas pessoas são parcialmente iluminadas (e assim, melhoradas), embora nunca cheguem a se converter.
11.   A conversão é um ato divino, mas requer a cooperação do livre arbítrio do homem. Portanto, é um ato divino e humano, ao mesmo tempo.
12.   A conversão necessariamente resulta na santifi­cação, pois, do contrário, não seria real.
Algumas vezes, a regeneração é considerada como equivalente aos vocábulos santificação ou justificação. Tal como no caso da «conversão», pode-se afirmar que a regeneração inclui essas coisas, mas, por si mesma, não é equivalente nem a uma e nem a outra. A regeneração é contínua, em certo sentido, porquanto ninguém é completamente regenerado por ocasião da conversão, e essa regeneração contínua pode ser vista como equivalente à santificação (vide). Ainda com menos razão, a regeneração pode ser considerada equivalente à «justificação», embora o homem regenerado esteja necessariamente, justificado.
 Nascimento ou Regeneração:
O próprio termo «regeneração» se encontra apenas por duas vezes em todo o N.T. (Mat. 19:28 e Tito 3:5), Na referência do evangelho de Mateus, tem um sentido escatológico, referindo-se à restauração de todas as coisas. Certamente, a renovação do indivíduo faz parte da restauração universal. Na referência da epístola a Tito, tem um sentido individual e fala da renovação de cada pessoa, bem como da transforma­ção da personalidade humana; e o agente dessa transformação, segundo é ali declarado, é o Espírito Santo.
Em outros trechos bíblicos, a ideia da regeneração é expressa por palavras que significam «gerar» ou dar nascimento a, como se vê em João 1:13; 3:3-8; I João 2:29; 3:9; 4:7; 5:1,4,18 e I Ped. 3:23. Nesta última referência é empregado um termo que significa «gerar novamente». Outras palavras que expressam essen­cialmente a mesma ideia também são usadas como «renovação», segundo se vê em Rom. 12:2 e Tito 3:5. Em sua forma verbal, essa palavra também pode ser encontrada nos trechos de II Cor. 4:16 e Col. 3:10. A nova criação, que novamente expressa a ideia de regeneração, pode ser vista nas passagens de II Cor. 5:17 e Gál. 6:15. E a expressão «novo homem», que tem exatamente o mesmo sentido, aparece em Efé. 2:15 e 4:24. A passagem de Efé. 2:5 fala em «dar vida». E a passagem de Col. 2:13 fala de uma transformação que não somente é tão dramática como o novo nascimento, mas que também inclui a própria ressurreição.
Os meios empregados por Deus para efetivar o novo nascimento são o Espírito Santo (João 3:3,5,6,8) e a Palavra de Deus (I Ped. 1:23 e Tia. 1:18). O novo nascimento gera uma fé especial e uma nova espiritualidade, levando os convertidos a uma cons­ciência muito mais profunda da presença de Cristo. Fazemos objeção à ideia de que o rito do batismo pode realizar parte ou a totalidade da regeneração, e isso é um ponto esclarecido no artigo Nascer de Novo nas suas explicações sobre o significado da água focalizado em João 3:5, bem como no sumário de ideias sob o título, «Interpretação assumida por esta enciclopédia», que forma as observações finais sobre a questão. O batismo serve antes de um vivido símbolo da regeneração, tanto do ponto de vista da purificação dos pecados passados, como do ponto de vista da condução a uma união especial com Cristo, que culmina na participação da natureza divina (II Ped. 1:4) à medida que Cristo vai participando da mesma. (Ver os artigos separados sobre Batismo e Batismo do Espírito Santo).
Na regeneração, a iniciativa é atribuída a Deus (ver João 1:13), proveniente do alto (ver João 3:3,7), efetuada pelo Espírito Santo (ver João 3:5,8). (Ver também outras referências que deixam subentendidas essas verdades, como Efé. 2:4,5; I João 2:29 e 4:7, além de Tito 3:5). A passagem de João 3:8 nos adverte de que há muitos elementos inescrutáveis nesse assun­to, pelo menos para nosso estado presente de conheci­mento.
Podemos definir a regeneração como uma atuação drástica do Espírito Santo, sobre a natureza humana caída no pecado, que conduz o indivíduo, não somente a uma nova perspectiva e a uma nova natureza psicológica, mas, finalmente, à santidade perfeita, à participação na natureza divina, conforme Cristo participa dessa natureza. O regenerado, final e perfeitamente, nasce de novo nos lugares celestiais e recebe assim a natureza metafísica real de Cristo — e dessa maneira um filho é conduzido à glória, totalmente transformado em um novo tipo de ser, extremamente exaltado.
John Gill (in loc.) diz: «…nascido de novo, regenerado ou revivificado pelo Espírito de Deus; renovado no espírito de sua mente; tem Cristo formado no seu coração; tornar-se participante da natureza divina; em tudo foi feito uma nova criatura; foi dotado de outro coração, em princípio na prática e na sua conduta, nascida do alto (conforme a palavra é traduzida no vs. 31), isto é, mediante um poder sobrenatural, tendo sido impresso com a imagem celestial; e tendo sido chamado com a vocação celestial, com a alta chamada de Deus, em Cristo Jesus».
Adam Clarke (in loc): «O novo nascimento, que é aqui referido, compreende não somente aquilo que se chama de justificação ou perdão, mas também aquilo que se chama de santificação e consagração. Portanto, o pecado deve ter sido perdoado, e a impureza desse coração deve ter sido lavada, antes que a alma possa entrar no reino de Deus. Posto que o novo nascimento subentende a renovação da alma inteira, em retidão e santidade autêntica, não se trata de uma questão que possamos desprezar facilmente: o céu é um lugar de santidade, e nada que lhe seja diferente poderá jamais entrar ali».

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