Confirmação Antiga e Aceitação da Epístola de Colossenses

Já que o cânon do N.T. na realidade não teve começo, de modo formal, senão no tempo de Márcion (150 D.C.); que se situa bem dentro do tempo em que a epístola aos Colossenses começou a ser universal­mente conhecida e usada, todos os cânones antigos a incluem. Ver o artigo sobre Cânon. O cânon mais antigo consistia dos quatro evangelhos e de dez epístolas paulinas, e a presente epístola fazia parte dessa lista. Todas as coletâneas das epístolas paulinas, desde os tempos mais remotos, incluíam a epístola aos Colossenses. Ela é alistada no «cânon» marcionita, no fragmento Muratoriano (o que reflete o uso da comunidade cristã de Roma, por volta do ano 200 D.C.). Também foi incluído nos mais antigos manuscritos que possuímos acerca das epístolas paulinas, inclusive o antiquíssimo mss P(46), que talvez date dos começos do fim do século II D.C., embora a maioria dos estudiosos o situe dentro do século III D.C.

O que é surpreendente é que a confirmação e uso desta epistola, pelos pais pré-canônicos e nos escritos cristãos, é inferior ao do caso da epístola aos Efésios. Nossas fontes informativas não falam de qualquer confirmação no primeiro século; mas, nos primórdios do segundo século, a epístola já era largamente conhecida e usada. Contudo, não há qualquer evidência de que esta epístola foi lançada na suspeita, por parte da igreja antiga; e nem houve jamais qualquer sugestão de que ela não pertencesse ao 1° séc., ou de que Paulo não a tenha escrito. Não há qualquer traço desta epístola nos escritos de Clemente de Roma (primeiro século de nossa era) ou no Pastor de Hermas (140 D.C.). Nos escritos de Barnabé (começo do segundo século) parece haver uma alusão a Col. 1:16 (em xii.7); e Policarpo (155 D.C.) parece ter-se baseado nesta epístola (ver Pol. x.l, citando Col. 1:23). Essa mesma passagem, evidentemente, foi a base de Inácio, Efésios x.3, em 110 D.C. Inácio (Esmima vi.l) parece fazer alusão ao trecho de Col. 1:16; e Pol. xi.2 parece ter sido passagem sugerida por Col. 1:23,24 e 3:5, no tocante à idolatria e à cobiça. Irineu e Tertuliano (segunda metade do segundo século de nossa era) — citaram quase cada capítulo da presente epístola; e Clemente de Alexandria, bem como Orígenes, o seu grande sucesso, citam-no como epístola de Paulo.