Avaliação dos Termos Empregados


O nome “atributos” não é ideal, desde que transmite a noção de acrescentar ou consignar
alguma coisa a alguém, e, portanto, pode criar a impressão de que alguma coisa é acrescentada
ao Ser Divino. Indubitavelmente o termo “propriedade” é melhor, no sentido de indicar algo que é
próprio de Deus e de Deus somente. Naturalmente, dado que alguns dos atributos são
comunicáveis, o caráter absoluto do proprium é enfraquecido, pois, naquela extensão, alguns dos
atributos não são próprios de Deus no sentido absoluto da palavra. Mas, mesmo que este
vocábulo sugere uma distinção entre a essência ou natureza de Deus e aquilo que lhe é próprio.
De modo geral, é preferível falar das “perfeições” ou “virtudes” de Deus, com o definido
entendimento, porém de que, neste caso, o termo “virtudes” não é empregado em sentido
simplesmente ético. Agindo assim, (a) seguimos o uso da Bíblia, que emprega o termo arete,
traduzido por virtudes ou excelências em 1 Pe 2.9; e (b) evitamos a idéia de que alguma coisa é
acrescentada ao Ser de Deus. Suas virtudes não são adicionadas ao Seu Ser, mas, antes, o Seu
Ser é o pleroma de Suas virtudes e nestas se revela. Os atributos de Deus podem ser definidos
como as perfeições que constituem predicados do Ser Divino na Escritura, ou que são
visivelmente exercidas por ele em Suas obras de criação, providência e redenção. Se
continuamos a empregar o nome “atributos”, é porque é comumente utilizado, e o fazemos com
claro entendimento de que se deve excluir rigidamente a noção de algo acrescentado ao Ser de
Deus.