Tribulação


Apo. 7:14: Respondi-lhe: Meus senhor, tu sabes. Disse-me ele: Estes são os que vêm da grande tribulação e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.
É óbvio que neste ponto, a referência à “tribulação” é escatológica, e não histórica, visando falar acerca dos grandes dias de tribulação pelos quais, pouco antes do segundo advento de Cristo, passará o mundo inteiro. (Quanto a outras alusões escatológicas à “tribulação” e à “grande tribulação” ver os trechos de Mar. 13:19 e Mat. 24:21, que são um reflexo da passagem de Dan. 12:1. Isso também pode ser confrontado com II Tes. 1:6 e ss).
Esperávamos que esse período começasse antes do fim do século XX, prolongando-se ainda por parte do século XXI. Alguns estudiosos limitam-no a sete anos, mas certamente se prolongará por mais do que isso. Serão dias de grandes agitações, caos, sofrimento, opressão econômica e perseguição religiosa. Parte disso será provocado por guerras entre os homens. Haverá ocorrências sem precedente na natureza, que talvez incluam até mesmo a mudança dos pólos terrestres; o mar bramirá descontrolado, deixando os homens inteiramente perplexos. As pragas, as enfermidades, a morte levarão a maior parte da população da Terra. Todas essas coisas visarão dizer aos homens que o caminho pecaminoso deles atingiu seu ponto critico; e, tal como nos dias do Dilúvio, essa condição não poderá continuar sem os mais horrendos castigos. Já tivemos ocasião de estudar parte dessas tribulações nos selos de número três a seis. Supõe-se que a parte final da tribulação, que envolverá os juízos das trombetas, das taças e das sete condenações (capítulos oitavo a décimo nono do Apocalipse), será mais crítica e envolverá poder destruidor mais potente. É a essa última porção que denominamos “grande tribulação” em contraste com a “tribulação” geral que haverá naquele período.
A tribulação, diferentemente de todos os períodos anteriores de agitação, envolverá o mundo inteiro, civilizado e não civilizado (ver Apo. 3:10). Haverá sofrimentos para toda a humanidade, mas, especificamente, para a nação de Israel, razão por que é chamada de tributação de Jacó (ver Jer. 30:7).
Este artigo defende a ideia de que a Igreja cristã passará por toda a tribulação, em todas (ou quase todas) as suas fases. (Ver as razões para isso nas notas de introdução aos capítulos quarto e sétimo do Apocalipse, no NTI. Ver os argumentos acerca da identificação dos “mártires” de 6:9 e ss, e 7:4-9 com a Igreja cristã, nessas referências. Quanto à “questão do arrebatamento”, em todos os seus aspectos, ver 1 Tes. 4:15). É possível, todavia, que a Igreja escapará (pelo arrebatamento) de um período de sete anos que tem aplicação especial à nação de Israel, enquanto passará a própria tribulação que durará quase 40 anos. Neste caso, os sete anos farão parte de um tempo muito mais prolongado de agonia na Terra. As guerras iniciadas pelos homens terão como ponto central a cidade de Jerusalém e a Terra Santa. Os místicos contemporâneos falaram de duas grandes guerras, a primeira já perto do fim do século XX, em que a União Soviética se chocaria contra a federação de dez nações, encabeçada pelo Anticristo. Muitas cidades ao redor do mundo sofreriam destruição por parte de armas atômicas. Mas o Anticristo derrotaria, finalmente, às forças comunistas, fazendo da Palestina outra Estalingrado em reverso. Em seguida erguer-se-ia a China, porquanto ela ficou essencialmente inatingida, provocando a Quarta Guerra Mundial. Os chineses conquistariam a Ásia inteira, e grande parte da União Soviética e da Europa.Antes de tudo isso, no fim da Terceira Guerra Mundial (entre a União Soviética e a confederação do Anticristo), Israel seria salvo por meio de uma intervenção divina. Primeiramente, os israelitas veriam o sinal da cruz, uma cruz luminosa no firmamento. Então veriam o próprio Jesus Cristo, corporalmente na Palestina. Os israelitas voltar-se-iam para o seu Messias, Jesus Cristo, tomando-se uma nação oficialmente cristã. Depois disso, tomar-se-iam eles uma poderosíssima força missionária no mundo. Contudo, as tribulações do mundo não terminariam em face da conversão de Israel. Pois, conforme eles disseram, a China se levantar-se-ia como poderosíssima potência militar. Após terem as forças chinesas conquistado grande parte das terras habitáveis, durante cerca de dezessete anos, conforme disseram alguns místicos contemporâneos, resolveriam elas invadir a Palestina. Muitos milhões de chineses seriam mortos nessa arrancada, porquanto o Anticristo defenderia tenazmente aquela região. Aqueles que chegassem à Palestina seriam aniquilados. Finalmente, a humanidade teriam aprendido rigorosa lição, acerca do que o ódio e a luta armada podem fazer. A intervenção divina, que seria o segundo advento de Cristo, traria um novo ciclo neste mundo, tendo início um período de progresso e de bem-estar sem precedentes. A isso chamamos de milênio. A batalha de Armagedom, conforme se supõe, envolveria as nações e a China; e essa batalha antecederia de imediato ao novo ciclo, que seria iniciado pela parousia, ou seja, pelo segundo advento do Senhor Jesus. Ver o artigo sobre Parousia.
Elementos da tribulação:
1.   São os elementos referidos acima, como o caos geral, a destruição sem-par por meio de guerras, pragas e a loucura da própria natureza.
2.  O reinado do Anticristo. Ele promoveria um culto religioso que faria o comunismo parecer santo, em comparação. (Ver Apo. 13:1 e ss quanto a essa descrição. Ver II Tes. 2:3 e o artigo separado sobre o Anticristo). Os místicos contemporâneos afirmaram que o Anticristo já estava vivo, tendo nascido a 5 de fevereiro de 1962. Há razões convincentes para aceitarmos esse conhecimento “visionário”. Haveríamos de vê-lo manifestar-se em cerca de 1990, embora só chegasse ao seu grande poder em cerca de 1993.
3.    A principio ele faria seu centro em Jerusalém, embora o seu campo de operações fosse o mundo inteiro (ver Dan. 9:27). Também teria um centro de atividades em Roma. Seria dominado por um elevado poder maligno, pelo próprio Satanás; e embora dotado de grande sabedoria, essa seria uma sabedoria diabólica. Todos os homens ímpios, em comparação com ele, seriam meros infantes. O Anticristo promoveria um culto religioso que seria totalmente pervertido. Mas os povos do mundo, especialmente os jovens, seriam rápida e facilmente arrebanhados por esse culto, seguindo-o com um senso de realização pessoal. E o “João Batista” ou “precursor” do Anticristo seria, conforme dizem alguns místicos contemporâneos um político do estado de Nova Iorque (E.U.A.), que promoveria a sua causa através dos meios de comunicação mundiais, se pudéssemos confiar nas predições dos místicos contemporâneos.
4.   Todos os homens poderão escolher se aceitarão ou não o domínio do Anticristo. Mas aqueles que não se curvarem a ele, sofrerão. Muitíssimos serão martirizados (ver Apo. 7:9). Haverá um número incalculável de mártires.
5.   A tribulação, com sua perseguição religiosa e sua destruição generalizada, haverá de purificar à Igreja, naquilo que será seu “banho nupcial”. A atual Igreja cristã, com suas corrupções, imoralidades e mundanismo, não pode alçar voo para as alturas celestes.
6. Os homens, durante o período da tribulação, atingirão o clímax da apostasia. Através do Anticristo, chegarão a adorar ao próprio Satanás (ver Apo. 12:12 e 13:4,5). Também haverá uma atividade sem precedentes dos poderes demoníacos, conforme se vê em Apo. 9:1,11 e 16:13 e ss.
7.  A despeito de tanta agonia, a tribulação também será uma oportunidade sem precedente de renovação e de conversão religiosa. Israel será envolvido nesses acontecimentos, mas sempre em cooperação com a Igreja cristã, da qual fará parte integral, após a sua conversão como nação. 0 trecho de Apo. 7:9 deixa isso entendido.
8.    Duração da tribulação. Durará, talvez, 40 anos. Trechos como Dan. 9:24-27 e Apo. 11:1 parecem indicar um período de sete anos de natureza extremamente critica, envolvendo relações entre o Anticristo e a Palestina, mas não que a tribulação inteira perdurará somente sete anos. A Palestina será ocupada por forças estrangeiras. Talvez isso faça parte do que significa que a cidade santa “será pisada” por quarenta e dois meses (que talvez simbolizem três anos e meio). Detalhes como esses tomar-se-âo claros como o cristal quando os próprios acontecimentos estiverem sucedendo; mas para nós que não sabemos quando tudo isso acontecerá, só podem ser parcialmente compreendidos. Entretanto, somos da opinião de que sem importar o que signifique esse período de sete anos, tudo fará parte do período da tribulação que será um tempo crítico para a nação de Israel, embora esses anos não esgotem a própria tribulação. O número “sete” pode ser um número místico, e não um número que indique sete anos exatos. Somente os próprios eventos poderão mostrar, exatamente, o que tudo isso significa.
9.    A batalha de Armagedom (vide), seguida pela Parousia (vide) ou segundo advento de Cristo, porá fim a esse horrendo período (ver Apo. 14:14 e ss; 16:16 e 19: 11).
10.    O número quarenta. O número bíblico- simbólico-místico para provação é constantemente 40. Exemplos: A chuva do Dilúvio caiu 40 dias; Israel foi provada 40 anos no deserto; Moisés esteve no monte 40 dias e noites quando recebeu a lei; a pregação de Jonas durou 40 dias; Jesus foi tentado 40 dias. Seria muito estranho se a maior provação de todas não durasse o tempo tradicional e espiritual, isto é, 40, e, neste caso, tal número de anos.

Nenhum comentário: