O Vexatório Problema da Autoria de Efésios


A epístola aos Efésios é um dos documentos religiosos mais elevados que já foram produzidos, e isso devido tanto à sua sublime mensagem como suas formas nobres de expressão.
Esta epístola, escrita essencialmente sem as pressões da controvérsia, e sem a necessidade de dar atenção a grandes necessidades pastorais, acima de todos os demais documentos do N.T., contém as mais significantes e profundas declarações sobre os eternos propósitos de Deus relativos aos homens, com a única possível exceção do oitavo capitulo da epistola aos Rom. (ver Efé. cap. 1). Além disso, esta epístola encerra as mais claras revelações divinas acerca da natureza e do destino da igreja (ver caps. 1,3,5). Os capítulos quatro a sexto são extraordinários em sua concisa mas eloquente expressão sobre as consequências práticas da vida cristã, em face do elevado destino determinado para os remidos pelo sangue de Cristo.
O Vexatório Problema da Autoria
Quatro epístolas são largamente aceitas, sem qualquer disputa séria, como obras paulinas clássi­cas. Essas epístolas são aos Romanos, aos Gálatas, e I e II Coríntios. São tão similares quanto a questões como estilo, vocabulário e características literárias de todos os tipos, e apresentam ideias e doutrinas tão parecidas, que praticamente nenhum erudito sério tem duvidado de que todas elas tenham saído da mes­ma pena e que o seu autor foi o apóstolo Paulo. Comumente, outras cinco epístolas são aceitas como paulinas, com pouca disputa. Essas outras cinco epístolas são Colossenses, Filipenses, I e II Tessalonicenses e Filemom. A essas nove epístolas, a maioria dos estudiosos adicionam a epístola aos Efésios. Outros eruditos conservadores também acrescentam as chamadas epístolas «pastorais», a saber, I e II Timóteo e Tito, ao mesmo tempo que muitos sábios eruditos, e quase todos os intérpretes liberais, acreditam que essas epístolas pastorais foram escritas posteriormente, pois refletiriam uma igreja cristã mais desenvolvida, embora seu autor ou autores tivessem usado o nome de Paulo, tendo incorporado, nas mesmas, ideias nitidamente paulinas. (Quanto aos problemas de autoria das citadas epístolas, ver os artigos sobre cada uma delas).
a.  A Confirmação Histórica
A controvérsia sobre a autoria da epístola aos Efésios não tinha qualquer significação até os primórdios do século XIX, quando, por razões de vocabulário, de ausência de situação real a que se dirigia essa epístola, de uma avançada doutrina «eclesiástica», e de certas supostas expressões posteriores, como, -por exemplo, «santos apóstolos e profetas», começou-se a pôr seriamente em dúvida que Paulo tivesse sido realmente o autor dessa epístola. Todavia, se a questão da autoria dessa epístola dependesse somente da confirmação histó­rica, não se teria levantado qualquer questão séria.
Embora fosse considerado um herege gnóstico, Márcion foi quem imprimiu o primeiro impulso óbvio para a formação do «cânon» do N.T., em sua forma mais primitiva. Márcion rejeitava a autoridade do N.T., mas aceitava dez epístolas paulinas, já que o apóstolo Paulo era o seu herói, bem como uma forma mutilada do evangelho de Lucas, como o seu «cânon» dos documentos sagrados. A igreja cristã, por causa disso, começou então a preparar o seu próprio «cânon», utilizando-se do «cânon» básico de Márcion. O «cânon» neotestamentário do século II D.C. consistia essencialmente de dez das epistolas paulinas e dos quatro evangelhos. Não foi senão já nos fins do século IV D.C. que todos os vinte e sete Úvros que hoje conhecemos tivessem sido universalmente reconheci­dos como o Novo Testamento autorizado. Quanto a detalhes sobre o problema inteiro do Cânon ver o artigo.
A epistola aos Efésios fazia parte do «cânon» marcionita, embora ela ali houvesse recebido o titulo de Aos Laodicenses, porquanto ele cria que ela fosse a suposta «epistola perdida», referida em Col. 4:16. £ deveras interessante que alguns eruditos modernos têm concordado com essa suposição de Márcion. E isso porque, desde o descobrimento do papiro «Chester Beatty» (pertencente ao início do século III D.C., que é o mais antigo documento de que dispomos, dentre as epístolas paulinas), verificou-se que as palavras «…em Êfeso…», em Efé. 1:1, não aparecem no texto original. Por conseguinte, se essa epistola foi escrita não tendo qualquer destino particular em mira, conforme indicam nossos mais antigos manuscritos (o papiro Chester Beatty, P(46), Aleph e B), então parece lógica a conclusão de que aquela a que damos o nome de «epístola aos Efésios» na realidade foi escrita à igreja de Laodicéia. Essa ideia, entretanto, não é mais fácil de ser defendida do que a tradição que afirma que ela foi escrita aos Efésios. (Ver seção III deste artigo, que mostra para quem essa epístola foi escrita, onde há detalhes sobre o destino da epistola).
Por enquanto, no que diz respeito & confirmação histórica, basta observarmos que o «cânon» neotesta­mentário mais primitivo, preparado por Márcion, continha a epistola aos Efésios como livro de autoria paulina, embora sob um título diferente do daquele que hoje usualmente designa essa epistola. Policarpo, que foi martirizado em 168 D.C., faz alusão a essa epistola, em sua própria epistola aos Filipenses (capítulos primeiro e décimo segundo). Isso nos mostra que essa epístola, desde os tempos mais remotos, antes mesmo dos anos da canonização dos livros neótestamentários, já usufruía de alto prestigio. Mais ou menos nesse tempo encontramos o cânon muratoriano, que dava testemunho sobre a autorida­de dessa epístola. Entre as igrejas para quem Paulo escreveu, esse citado «cânon» alista Êfeso em segundo lugar. Por igual modo, Irineu, que foi martirizado em 202 D.C., cita de forma definida a epistola aos Efésios. (Ver Adv. Haer, v. 2,36:i.5,8). Esta última referência parece indicar que antes desse tempo os valentinianos aceitavam essa epistola como autêntica. Clemente de Alexandria, por semelhante modo, acrescenta o seu testemunho sobre a autoridade dessa epistola e sobre sua autoria paulina. (Ver Strom. iv.65 e Par d. i. 18). Orígenes, pouco mais tarde (254 D.C.), igualmente a menciona como de autoria paulina. (Ver Phil. 6,54). Finalmente, o historiador eclesiástico, Eusébio, cita a nossa epistola aos Efésios em sua homologoumena. Pode-se observar, portanto, que a epistola aos Efésios desfruta de notável confirmação histórica, tanto como qualquer outro dos livros do N.T.
b.  A Crítica Modema: Natureza do Problema
No entanto, nos tempos modernos, vários argumen­tos têm sido apresentados por alguns eruditos, contrários à autoria paulina da epistola aos Efésios. Erasmo, contemporâneo de Lutero, e que foi o compilador do primeiro N.T. grego impresso, observou algumas peculiaridades de estilo da epistola aos Efésios, em contraste com outras epistolas paulinas; e isso lançou uma sombra de dúvida sobre essa epístola, como obra do apóstolo Paulo. Entretanto, não houve nenhuma dúvida verdadeira até o surgimento de Evanson, o deista inglês, que publicou um livro sobre os evangelhos, no ano de 1782. Esse autor foi seguido rapidamente por numerosos outros criticos, como Usteri (1824), De Wette (1826), etc. Baur e os seus discípulos rejeitaram a epístola aos Efésios como paulina, juntamente com Colossenses, porquanto encontraram ali alguns traços de gnosticismo, porquanto pensavam erroneamente que o gnosticismo só surgira depois dos tempos de Paulo. Desde os dias desses criticos, pois, tornou-se costumeiro, incluindo até mesmo alguns intérpretes conservadores, supor que a epistola aos Efésios não é de autoria paulina, ainda que muitos outros a tenham defendido como tal, a despeito disso, mantendo-a dentro da coletânea dos escritos sagrados paulinos. Abaixo oferecemos as principais objeções feitas contra a autoria paulina da epístola aos Efésios:
1.   Essa epístola não foi escrita para qualquer comunidade distinta, posto que as palavras «em Êfeso» não aparecem nos mais antigos manuscritos que possuímos. Não era costume de Paulo escrever uma epistola sem visar qualquer comunidade.
2.  Outrossim, essa epístola não visou qualquer «situação de vida real» em particular, nem qualquer necessidade eclesiástica, o que significa que lhe falta qualquer conexão geográfica ou histórica, caracterís­tica essa definidamente não-paulina, conforme se pode averiguar pelo estilo de suas outras epístolas, reconhecidamente paulinas.
3.   Há vocabulário que não pertence ao vocabulário paulino. Nessa epistola comparativamente curta, existem quarenta e dois vocábulos que não são usados em qualquer outra porção do N.T., bem como oitenta e dois vocábulos que não são utilizados em qualquer das outras epistolas paulinas.
4.    Há questões de estilo e de estrutura nas sentenças. Alguns estudiosos descobrem na epistola aos Efésios um temperamento diferente daquele que transparece nas epístolas reconhecidamente paulinas. Em vez de sua expressão qual torrente, encontramos uma mente calma e ruminante. Nos trechos de Efé. 1:3,14,15; 2:1-7,11-13,14-18,19-22; 3:1-19; 4:11-19, 20-24; 6:14-20, alguns estudiosos encontram uma sucessão de expressões prolongadas, de reverberações continuadas, e que eles não sentem serem paulinas. Somente em Colossenses, no primeiro capitulo, temos alguma coisa semelhante no corpus das escrituras de Paulò.
5.    Há questões de expressões não-paulinas. Na epístola aos Efésios há uma forte inclinação para compostos, com a preposição grega «sun» (com), o que não pode ser observado em outras epístolas paulinas. Também há um número extraordinário de frases que contêm a palavra grega, «aion» (ver Efé. 1:21; 2:2,7 e 3:21), — que não podem ser encontradas em outras epístolas paulinas. Além disso, outros eruditos vêem algumas palavras usadas em outras epístolas de Paulo que recebem um sentido não paulino. Por exemplo: «ta ethne» (as nações), que em outras epistolas significa «não-judeus», mas na epistola aos Efésios significa «não-cristãos». (Ver Efé. 4:17). Similar é o caso do vocábulo grego «oikonomia», que aparece em Efésios não com o sentido paulino usual de «mordomia», mas antes, recebe o sentido de «plano» ou «norma». (Ver Efé. 1:10 e 3:9). Ver igualmente o vocábulo «mistério», em relação aos crentes, em Col. 1:27 indica «Cristo em vós, a esperança da glória», ao passo que em 2:3 é Cristo «em quem estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento». Porém, na epístola aos Efésios, esse mistério é o «plano» divino que procura unir todas as coisas em volta de Cristo (ver Efé. 1:10), incluindo a ideia de que os gentios são co-herdeiros juntamente com os judeus (ver Efé. 3:6). Em Efé. 5:32 essa mesma palavra se reveste de um significado «mistico», que alguns estudiosos consideram ser um «uso helenista secundário», não podendo ser encontra­do em qualquer das epístolas consideradas definitiva­mente paulinas.
6.     Alguns conceitos existentes na epistola aos Efésios, apesar de talvez se relacionarem a ideias paulinas, parecem ser desenvolvimentos que refletem um período posterior ao de Paulo. Há grande ênfase sobre a igreja cristã e pouca saliência posta sobre questões escatológicas. O estudo sobre a doutrina dos «dons espirituais», diferente daquele que aparece na primeira epístola aos Coríntios, e a questão sobre a descida ao hades (ver Efé. 4:8-10), não aparecem como temas paulinos em nenhuma outra porção dos escritos paulinos.
7.    A grande similaridade com a epístola aos Colossenses, sugere que esta epístola aos Efésios foi uma expansão com base naquela, feita por algum dos discípulos de Paulo, ou por alguém cujo herói era o apóstolo Paulo.
Aqueles que procuram defender a autoria paulina tradicional têm procurado responder a todas essas dificuldades, conforme se vê abaixo:
a.      Em resposta às razões 1 e 2, esses eruditos perguntam: Por que se pensaria que Paulo não poderia ter escrito uma epístola «circular», não endereçada a qualquer comunidade em particular, não baseada em qualquer situação geográfica ou pastoral? Pois a verdade é que Paulo poderia ter escrito uma epístola geral, a fim de ensinar elevadas doutrinas, tendo-a enviado para uma localidade bem geral, como a Ásia Menor, com a esperança de que a mesma receberia boa circulação entre as igrejas cristãs, tal como esperou que acontecesse às epístolas aos Colossenses e aos Laodicenses (ver Col. 4:16). Muito presumem aqueles que pensam saber tudo acerca do método e do caráter de Paulo, acerca dos seus hábitos, ou acerca de alguma decisão diversa que ele possa ter tido.
b.    O vocabulário não paulino poderia ser explicado à base simples do assunto abordado por ele, nessa epístola aos Efésios, porquanto envolvia temas conhecidos por ele mas não ventilados em qualquer de suas demais epistolas, e que, envolviam, naturalmen­te, palavras diversas para expressá-los. A coletânea paulina total de nove ou dez epístolas, que a maioria dos estudiosos admite como paulina, dificilmente pode ser considerada como uma demonstração do vocabulário conhecido pelo apóstolo Paulo, como se ele só conhecesse essas palavras, dependendo das necessidades da ocasião. Isso responde à objeção número (3).
c.    A questão de estilo e da estrutura das sentenças, abordada na objeção de número 4, não é muito difícil para responder. Devemos nos lembrar que a quanti­dade de material que temos em Efésios é muito pequena. A carta inteira poder ser lida facil­mente em vinte minutos. A quantidade pequena de matéria simplesmente não oferece uma base adequa­da para os tipos de julgamentos que alguns estudioso» fazem concernentes a questões de estilo, vocabulário,, termos, etc. Também, o uso de amanuenses diferentes, na produção de documentos diversos, podia ter modificado as cartas de Paulo (nas questões sob consideração) adequadamente para criar certos problemas à respeito.
d.    As expressões não-paulinas. O que temos falado sob o ponto (c) também se aplica aqui. O corpo inteiro das cartas de Paulo, sendo relativamente pequeno, não pode representar todas as expressões possíveis do Apóstolo. Cada documento, portanto, deve ser uma simples representação de algumas expressões pauli­nas. Cada carta de Paulo, necessariamente, apresenta algumas expressões e ideias que as outras não contêm.
e.    Os supostos conceitos não-paulinos, que supostamente seriam por demais «eclesiásticos» para a sua época, e que conteriam pouquíssimas ideias escatológicas, não formam uma objeção justa. Pois a epístola aos Colossenses frisa fortemente a doutrina da igreja; e não é razoável supormos que Paulo não pudesse enfatizar ainda mais esse tema, em uma ocasião posterior qualquer. Além disso, não há negligência pelo aspecto escatológico na epístola aos Efésios. Porquanto o grande e notável primeiro capítulo dessa epístola consiste principalmente de questões escatológicas. Outrossim, a questão da «descida ao hades» era um pensamento comum naquela época, no seio da igreja cristã, conforme se pode ver nos trechos de I Ped. 3:18-20 e 4:6, tema esse igualmente aludido em Fil. 2:9-11, embora ali não seja especificamente declarado. Ver a descida mencionada em Rom. 10:7. Isso responde & objeção de número 6.
f.     Há estudiosos que têm considerado a óbvia similaridade entre a epístola aos Efésios e a de Colossenses, como uma prova em favor da autoria paulina, e não algo que milita contra a mesma. Pois isso pode sugerir-nos que, algum tempo depois de haver escrito a epístola aos Colossenses, em uma. outra epístola, Paulo expandiu os temas que havia abordado naquela primeira. Isso responde a sétima e última dessas objeções. Não nos parece, entretanto, que a epistola aos Efésios tenha sido «copiada» da epístola aos Colossenses, em qualquer sentido, porquanto não aparece qualquer cópia verbatim, ou seja, palavra por palavra, conforme se esperaria no caso de alguém ter supostamente «expandido» essa epístola a fim de produzir a epístola aos Efésios.
Se Paulo não escreveu a epistola aos Efésios, qual seria a razão de um pseudônimo, isto é, de alguém que escreveu sem revelar o próprio nome, fazendo-o em lugar desse apóstolo? Por que essa epístola teria sido atribuída a Paulo? Em primeiro lugar, devemo-nos lembrar que, nos tempos antigos, não era considerado errado escrever um livro ou uma obra qualquer em nome de algum personagem famoso, com o intuito de ajudar na sua circulação e prestigio. Existem muitos documentos antigos dessa natureza, e os muitíssimos livros apócrifos do N.T. mostram exatamente esse tipo abundante de atividade literária. Embora fossem reconhecidos como pseudônimos, muitos destes livros antigos desfrutaram de grande fama e circulação, até mesmo entre alguns cristãos primitivos.
Alguns estudiosos acreditam que a epístola aos Efésios foi escrita como uma espécie de epistola de apresentação, para ser posta juntamente com a coletânea de escritos paulinos, na tentativa de restaurar o interesse pelas epístolas desse apóstolo. Goodspeed foi quem primeiro expôs essa teoria, supondo que Filemom (ou algum outro dos primeiros discípulos de Paulo) tivesse sido o seu compilador, isto é, da coleção dos escritos paulinos, bem como o autor da epístola de apresentação, que seria a de Efésios. As epistolas de Paulo tinham um interesse e uma aplicação locais; mas algum discípulo seu pode ter visto claramente a sua aplicação universal, motivo pelo qual interessou-se por reavivar o interesse pelas mesmas, tendo usado o método acima descrito para realizar o seu alvo. Goodspeed, pois, supunha que «cada linha dela (da epístola aos Efésios) mostra sua divida para com uma ou outra das nove epístolas de Paulo», o que serviria para demonstrar quão intimamente vinculado estava o seu autor ao apóstolo Paulo, pelo menos no tocante & simpatia e ao estudo de seus escritos. Sem importar quem teria sido esse suposto autor, é evidente que ele só poderia ter sido um judeu, segundo se vê em Efé. 2:11,12, onde seu autor se expressa-como se os seus leitores pertences­sem a uma categoria diferente da sua, sem nos referirmos às muitas expressões de origem semítica, como filhos da desobediência, «da ira», «da luz» e «obras das trevas».
Conclusão
1.   Temos exposto os vários pró e contras sobre a autoria paulina de Efé. A posição deste artigo é que, apesar de haver dificuldades que devem ser reconhe­cidas e estudadas, não há objeções avassaladoras à autoria paulina dessa epístola. A epístola é mui provavelmente paulina, considerando-se que reflete grande gênio, profundas expressões e conceitos profundos, possuidora de qualidades que a destacam acima de todos os demais livros do N.T. Porventura Paulo teria algum discípulo que o ultrapassou? A epístola é muito mais que um mero sumário das ideias paulinas. Antes, é um empreendimento ambicioso, possuindo sinais de grande originalidade e poder. A epistola tenta formular uma fUosofia da religião, a qual, ao mesmo tempo, é uma filosofia da história humana. É o documento teológico mais profundo do N.T., apesar de sua brevidade.
2.   O real problema: Prezados amigos, conforme se dá com todos os livros do N.T., cuja autoria é disputada, nosso real problema aqui não é afirmar que «Paulo o escreveu» ou «Paulo não escreveu». Antes, nosso cuidado deveria ser: Quanto do mesmo eu já aprendi? Quanto do mesmo venho praticando? O que sei acerca de ‘vir a participar de toda a plenitude divina’ (3:19)? O que sei acerca de fazer de Cristo o motivo de toda a vida e viver diário (1:10)? Já fui libertado dos vícios pagãos que ele deplora? Conheço algo da inspiração, revelação e iluminação da alma, sobre o que o livro fala (1:18)?

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