O Tempo do Arrebatamento


Precisamos também considerar a questão do tempo da segunda vinda de Cristo, no que diz respeito à tribulação, e no que concerne à diferença entre o arrebatamento da igreja e a segunda vinda de Cristo. John F. Walvoord, presidente do Dallas Theological Seminary, de Dallas, no Texas, talvez tenha escrito a exposição mais completa que há sobre esse tema. Ele alistou cinquenta razões pelas quais cria no arrebatamento antes da tribulação, o que significa que a igreja não passaria pelo período da Grande Tribulação. Bastaria a natureza completa de seus estudos para merecer a nossa atenção, mesmo que não concordemos totalmente com tal ponto de vista. Abaixo expomos essas razões e oferecemos uma breve crítica.
Para efeito de brevidade, o termo arrebatamento é usado para indicar a vinda de Cristo para a sua igreja, ao passo que a expressão «segunda vinda» é uniformemente usada em alusão à vinda de Cristo à terra, a fim de estabelecer o seu reino milenar, acontecimento esse que todos consideram pré-tribulacional.
Argumento Histórico
1.     A igreja cristã primitiva cria na iminência do retorno do Senhor, o que é um ponto doutrinário essencial da posição pré-tribulacional.
2.    O desenvolvimento detalhado da verdade pré-tribulacional, durante os poucos séculos passados não prova que essa doutrina seja recente ou que seja uma novidade. Seu desenvolvimento é similar ao das outras principais doutrinas da história da igreja.
Hermenêutica
3.     A posição pré-tribulacional é o único ponto de vista que permite uma interpretação literal de todas as passagens tanto do Antigo como do Novo Testamento sobre a Grande Tribulação.
4.     Somente a posição pré-tribulacional distingue claramente entre a nação de Israel e a igreja, em seus respectivos programas.
Natureza da Tribulação
5.     O pré-tribulacionismo conserva a distinção bíblica entre a Grande Tribulação e a tribulação em gera! que a antecede.
6.    A Grande Tribulação é devidamente interpreta­da, pelos que creem no arrebatamento antes da tribulação como tempo de preparo para a restauração da nação de Israel. (Ver Deut. 4:29,30 e Jer. 30:4-11). O propósito da tribulação não é preparar a igreja para a glória.
7.      Nenhuma das passagens do A.T. sobre a tribulação menciona a igreja (ver Deut. 4:29,30: Jer. 30:4-11; Dan. 9:24-27 e 12:1,2).
8.      Nenhuma das passagens do N.T. sobre a tribulação menciona a igreja (ver Mat. 24:15-31; II Tes. 1:9,10; 5:4-9 e Apo. 4—19).
9.     Em contraste com a posição meio-tribulacional, o ponto de vista pré-tribulacional provê uma explana­ção adequada para o começo da Grande Tribulação, no sexto capítulo do livro de Apocalipse. Já a primeira dessas posições é refutada pelo ensinamento claro das Escrituras, que diz que a Grande Tribulação começará muito antes da sétima trombeta do décimo primeiro capítulo do livro de Apocalipse.
10.   A distinção apropriada é mantida entre as trombetas proféticas das Escrituras através da posição pré-tribulacional. Há base firme para o argumento central do meio-tribulacionismo que a última trombe­ta do livro de Apocalipse é a última trombeta, não havendo conexão segura entre a sétima trombeta do décimo primeiro capítulo do livro de Apocalipse, a última trombeta do trecho de I Cor. 15:52 e a trombeta de Mat. 24:31. São três acontecimentos distintos.
11.    A unidade da septuagésima semana do livro de Daniel é mantida pelo pré-tribulacionismo. Em contraste com isso, a posição meio-tribulacional destrói a unidade dessa septuagésima semana, confundindo o programa de Israel com o programa da igreja.
Natureza da Igreja
12.   O arrebatamento da igreja nunca é mencionado em qualquer passagem referente à segunda vinda de Cristo, após a tribulação.
13.   A igreja não está destinada à ira (ver Rom. 5:9; I Tes. 1:9,10 e 5:9). Portanto, a igreja não poderá entrar no «grande dia da ira deles» (ver Apo. 6:17).
14.     A igreja não será surpreendida pelo Dia do Senhor (ver I Tes. 5:1-9), que inclui a tribulação.
15.    A possibilidade do crente escapar da tribulação é mencionada em Luc. 21:36.
16.    A igreja de Filadélfia foi prometido livramento da «hora da provarão que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra» (Apo. 3:10).
17.     É uma das características da maneira divina de agir a de livrar os fiéis antes de qualquer juízo divino ser infligido contra o mundo, conforme é ilustrado nos livramentos de Noé, Lô, Racabe, etc. (ver II Ped. 2:6-9).
18.    Ao tempo do arrebatamento da igreja, todos os crentes irão para a casa de Deus Pai (ver João 14:3), e não retornarão imediatamente à terra, após o encontro com Cristo nos ares, conforme ensinam os pós- tribulacionistas.
19.     O pré-tribulacionismo não divide o corpo de Cristo quando do arrebatamento com base no princípio das obras. O ensinamento de um arrebata­mento parcial se baseia sobre a falsa doutrina que diz que o arrebatamento da igreja recompensará as boas obras. Trata-se antes de um aspecto final da salvação pela graça divina.
20.    As Escrituras ensinam claramente que a igreja inteira, e não apenas uma parte dela, será arrebatada quando da vinda de Cristo para a sua igreja (ver I Cor. 15:51,52 e I Tes. 4:17).
21.    Em oposição ao ponto de vista que postula um arrebatamento parcial, o pré-tribulacionismo se alicerça sobre o ensinamento definido das Escrituras que a morte de Cristo nos livra de toda a condenação.
22.    O remanescente piedoso da tribulação é retratado como composto de israelitas, e não membros da igreja, conforme é dito pelos pós-tribulácionistas.
23.   O ponto de vista pré-tribulacional, em contraste com o pós-tribulacionismo, não confunde termos gerais como ‘eleitos’ e ‘santos’, que se aplicam aos salvos de todos os séculos, com termos específicos como ‘igreja’ e aqueles que estão ‘em Cristo’, o que se refere somente aos santos desta era.
Doutrina da Iminência
24.    A posição pré-tribulacional é o único ponto de vista que ensina que o retorno de Cristo é realmente iminente.
25.   A exortação para nos consolarmos ante a vinda do Senhor (ver I Tes. 4:18) só é significativa para o ponto de vista pré-tribulacional, sendo contradita especialmente pelo pós-tribulacionismo.
26.      A exortação para esperarmos pela ‘gloriosa manifestação’ de Cristo em favor do que lhe pertencem (ver Tito 2:13) perde sua significação se a tribulação deve ocorrer antes disso. Os crentes, nesse caso, deveriam esperar sinais da vinda de Cristo, apenas.
27.   A exortação para nos purificarmos, em face do retorno do Senhor, se reveste de maior significação se a vinda de Cristo for iminente (ver I João 3:2,3).
28.   A igreja é uniformemente exortada a esperar a vinda do Senhor, ao passo que aos crentes que estiverem vivos durante o período da tribulação se recomenda que aguardem sinais da volta de Cristo.
  A Obra do Espirito Santo
29.   O Espírito Santo, na qualidade de «restringidor do mal», não poderá ser retirado do mundo a menos que a igreja, na qual habita o Espírito, seja retirada ao mesmo tempo. A tribulação não poderá começar enquanto essa restrição não for suspensa.
30.   O Espírito Santo, na qualidade de «restringidor», será tirado do mundo antes de revelar-se o ‘iníquo’, que dominará o mundo durante o período da tribulação (ver II Tes. 2:6-8).
31.   Se for literalmente traduzida a expressão «isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia», ou seja, «isto não acontecerá sem que primeiro venha a partida», ficará claramente demonstrada a necessi­dade do arrebatamento antes do começo da Grande Tribulação.
Necessidade de um Intervalo entre o Arrebata­mento e a Segunda Vinda de Cristo
32.      De acordo com II Cor. 5:10, todos os crentes da presente era deverão comparecer perante o tribunal de Cristo, nos céus, um evento jamais mencionado nas narrativas detalhadas concernentes à segunda vinda de Cristo à terra.
33.     Se os vinte e quatro anciões do trecho de Apo. 4:1 — 5:14 representam a igreja, conforme muitos expositores bíblicos acreditam, então torna-se neces­sário o arrebatamento e o galardoamento da igreja antes do início da tribulação.
34.     A vinda de Cristo para buscar sua Noiva deverá ter lugar antes da segunda vinda de Cristo à terra, para a festa nupcial (ver Apo. 19:7-10).
35.     Os santos da Grande Tribulação não serão arrebatados quando da segunda vinda de Cristo, mas continuarão em suas ocupações normais, plantando e edificando casas, e também gerarão filhos (ver Isa. 65:20-25). Isso seria impossível se todos os santos fossem arrebatados quando da segunda vinda de Cristo à terra, conforme ensinam os pós-tribulacionis­tas.
36.      O julgamento dos gentios, que se seguirá à segunda vinda de Cristo (ver Mat. 25:31-46), indica que tanto os salvos como os incrédulos ainda se acharão em seus corpos naturais, o que seria impossível se o arrebatamento tivesse lugar quando da segunda vinda de Cristo.
37.      Se o arrebatamento tivesse lugar ao mesmo tempo que a segunda vinda de Cristo à terra, não haveria necessidade alguma de separar as ovelhas dos cabritos, como algo ocorrido em um julgamento subseqüente, mas a separação teria lugar no próprio ato do arrebatamento dos crentes, antes de Cristo realmente estabelecer o seu trono à face da terra (ver Mat. 25:31).
38.    O julgamento da nação de Israel (ver Eze. 20:34-38), que ocorrerá depois da segunda vinda de Cristo, indica a necessidade de reunir novamente o povo de Israel. A separação entre os salvos e os perdidos, nesse julgamento, obviamente terá lugar algum tempo após a segunda vinda, e seria algo desnecessário se os salvos já tivessem sido separados dos incrédulos por meio do arrebatamento.
Contraste Entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo
39.       Ao tempo do arrebatamento, os santos se encontrarão com Cristo nos ares, ao passo que, na segunda vinda, Cristo retomará ao monte das Oliveiras, vindo assim ao encontro dos santos na terra. f
40.      Ao tempo do arrebatamento, o monte das Oliveiras ficará intocado, ao passo que ao tempo da segunda vinda será formado um grande vale a leste de Jerusalém (ver Zac. 14:4,5).
41.       Quando do arrebatamento, os santos vivos serão arrebatados, ao passo que nenhum crente será arrebatado em conexão com a segunda vinda de Cristo à terra.
42.       Quando do arrebatamento, os santos serão levados para os céus, ao passo que, na segunda vinda de Cristo à terra os santos continuarão à face da terra, sem qualquer arrebatamento.
43.        Ao tempo do arrebatamento, o mundo
continuará sem julgamento e prosseguirá em seus caminhos pecaminosos, ao passo que na segunda vinda de Cristo o mundo será julgado e a retidão será estabelecida neste mundo.
44.        O arrebatamento da igreja é retratado como livramento antes do dia da ira; mas a segunda vinda de Cristo será seguida pelo livramento daqueles que tiverem confiado em Cristo durante a tribulação.
45.        O arrebatamento é descrito como imimente, ao passo que a segunda vinda de Cristo é precedida por sinais definidos.
46.      O arrebatamento de santos vivos é uma verdade revelada exclusivamente no N.T., ao passo que a segunda vinda de Cristo, com suas ocorrências correlatas é uma doutrina que se destaca em ambos os Testamentos.
47.      O arrebatamento diz respeito exclusivamente aos salvos, ao passo que a segunda vinda de Cristo envolve tanto os salvos como os perdidos.
48.     Quando do arrebatamento, Satanás não será amarrado, ao passo que por ocasião da segunda vinda de Cristo, Satanás será amarrado e lançado no abismo.
49.     Nenhuma profecia a ser cumprida há entre a igreja e o arrebatamento, ao passo que muitos sinais terão de ser cumpridos antes da segunda vinda de Cristo.
50.        Nenhuma passagem, que trata da ressurreição dos santos, por ocasião da segunda vinda de Cristo, em ambos os Testamentos, menciona o arrebatamen­to dos santos vivos, ao mesmo tempo.
Não se presume que os argumentos acima expostos estabeleçam por si mesmos a sua validade; antes, apresentamos esses argumentos como apoio e justificação para a discussão previamente exposta, dando o sumário de razões em favor do ponto de vista pré-tribulacional.
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A CRÍTICA
A partir deste ponto apresentamos a critica a esses pontos de vista pré-tribulacionais:
1.     Um bom serviço foi feito pelo autor da lista acima, pois apresenta-nos várias formas de distinção,
existentes entre os evangélicos de hoje em dia, entre o «arrebatamento» e a «segunda vinda de Cristo», e a relação que ambas essas ocorrências têm para com a igreja cristã, para com os incrédulos, para com a Grande Tribulação e para com o milênio. Isso nos ajuda a perceber, de maneira geral, como a questão é manuseada em nossos dias, em contraste com ó modo como era manuseada em gerações passadas, por aqueles que não estabeleciam tais distinções.
2.     Entretanto, devemos salientar que um mero grande número de argumentos, por si mesmos, não
prova a validade de tais distinções, a menos que alguns deles, considerados isoladamente, ou todos juntos, realmente sejam convincentes. Ora, aqueles que não acreditam na distinção entre o «arrebatamen­to», e a «segunda vinda de Cristo», quanto à sua natureza e quanto ao elemento do tempo, não se deixam convencer por aqueles argumentos acima, nem considerados em separado e nem em seu conjunto. Abaixo oferecemos apenas um exemplo de como alguns desses argumentos são negados, através do que se pode ver como podem ser todos eles derrubados. Não nos deveríamos esquecer de que qualquer sistema, quando bem desenvolvido, tem boa consciência dos argumentos dos sistemas opostos, pelo que também encerra argumentos e contra argumentos sobre pontos controvertidos:
a.   O argumento histórico. A distinção cronológica entre o «arrebatamento» é a «segunda vinda de Cristo» é uma doutrina recente, que veio à cena apenas a cem anos passados. Portanto, pode tratar-se de uma criação moderna, que dá à igreja da fé fácil um meio de escape para não entrar na prometida Grande Tribulação. Os crentes primitivos criam na iminência do retorno de Cristo; mas isso não consistia de um dogma, mas tão-somente de uma esperança. (Caso contrário, a igreja primitiva teria incorrido em grave erro de cálculo, pois Cristo não retornou no tempo deles). Mas, quanto à sua «esperança», ela não se cumpriu, o que facilmente pode dar-se também em nosso caso. Por igual modo, Paulo esperava morrer em Roma, e no fim de sua vida terrena parece ter perdido a esperança que veria a Cristo enquanto vivo na carne. Outrossim, estando os crentes primitivos tão distantes daquele evento, não se mostraram muito exatos sobre o que deveriam esperar; e seus sentimentos sobre a iminência do retorno de Cristo não devem ser necessariamente transferidos para a igreja moderna, apesar de ser correto esperarmos pela vinda «breve» de Cristo, precedida por determinados sinais, conforme aqueles que lemos no vigésimo quarto capítulo do evangelho de Mateus. Passagens como essa não antecipam uma vinda de Jesus Cristo em dois «estágios»; e são somente os hiperdispensacionalistas que separam as previsões de Jesus nas categorias «para os judeus» e «para os cristãos», ao passo que o evangelho de Mateus é um documento «cristão», escrito já bem dentro da era crista.
b.    O argumento baseado na hermenêutica-. pode-se acreditar bem firmemente em uma «tribula­ção» literal, e ao mesmo tempo crer que a igreja cristã passará por ela.
c.    Natureza da tribulação. Limitar a tribulação somente à preparação da nação de Israel para a restauração, e não encarar a tribulação como medida que purificará a própria igreja, como se fosse uma espécie de medida preparatória da Noiva para a vinda do Noivo, é fazer com que os capítulos quinto a décimo nono, do livro de Apocalipse, não tenham qualquer aplicação direta à igreja cristã, ao passo que esse livro tem como seu propósito específico advertir e sustentar a igreja em meio à tribulação; e isso tanto no período da igreja primitiva, que sofria tribulações e perseguições, como prefiguração do que aconteceria futuramente, como também profeticamente, para ajudar a igreja cristã que existir quando ocorrer a «Grande Tribulação». Fazer com que a maior parte do livro de Apocalipse e outras passagens proféticas (como o décimo terceiro capítulo do livro de Marcos f o vigésimo quarto capitulo de Mateus), não tenham qualquer aplicação à igreja é estabelecer distinções que as próprias Escrituras não estabelecem, cortando a Bíblia em pedaços, porquanto assevera indireta­mente que esses não são, realmente, documentos cristãos, não tendo sido escritos para benefício da igreja, o que é uma posição insustentável.
d.   No tocante à natureza da igreja. Passagens como Apo. 3:10, que supostamente indicam o «livramento da presença da ira», bem podem não significar isso ao serem consideradas dentro do pensamento que tal versículo foi escrito para uma igreja que naquele exato momento passava por uma hora de teste, a qual foi «sustentada» ou «guardada», mas não foi livrada da presença da tribulação. A igreja primitiva foi «guardada da tribulação» por haver sido preservada de seus maus efeitos’, mas não no sentido de ter sido tirada da tribulação. Ora, esse é o mesmo tipo de livramento que aguarda a futura igreja cristã. Em sentido algum a igreja do fim está destinada à ira; mas poderá sofrer os efeitos da ira divina que sobrevirá ao mundo, até o ponto em que ela mostrar-se mundana, necessitada de purificação desses elementos, embora a ira final de Deus não se descarregue contra ela. Se há alguma coisa evidente no mundo de hoje, é que a igreja precisa desesperadamente dessa purificação.
3.     A obra do Espirito Santo. O Espirito Santo, na qualidade de restringidor, será realmente tirado do caminho antes que a grande tempestade comece a açoitar; mas isso não significa que Ele não possa permanecer com sua igreja durante a tempestade, protegendo-a até ao ponto em que isso não impeça a tempestade.
4.     Contrastes entre o arrebatamento e a segunda vinda para Julgar. Ninguém pode negar que há trechos bíblicos que descrevem diferentemente a segunda vinda de Cristo, mostrando os elementos variegados, complexos e aparentemente contraditórios que há ali, porquanto muitas condições e povos, terrenos e celestiais, estão ali em foco. Porém, tudo quanto pode ficar provado por essa observação é que se trata de uma ocorrência complexa e dotada de efeitos de longo alcance, não que deve ser dividida meramente em duas fases cronológicas separadas.
É melhor dizer que a segunda vinda de Cristo será uma série de acontecimentos, sobre um tempo considerável, e que alguns deles se aplicarão à igreja, e outros aos outros homens.
Nenhuma tentativa é feita aqui para apresentar uma refutação completa. Longos artigos têm sido escritos sobre o tema, ao longo das linhas aqui sugeridas. O argumento em favor do arrebatamento anterior à Grande Tribulação não é tão forte como seus defensores dão a entender. Todavia, a questão não está resolvida sob hipótese alguma. Esta enciclopédia toma a posição de que qualquer exame do problema em face do que dizem as Escrituras e mediante o uso de argumentos favoráveis e contrário, não pode solucionar a questão além de qualquer dúvida, e que somente os acontecimentos da história, em desdobramento podem aclarar o assunto, a menos que Deus ache bem nos dizer qual a verdade final sobre a matéria, mediante profecia ou revelação, e assim unir a igreja em torno da questão. O mais provável, entretanto, é que os próprios acontecimen­tos venham a esclarecer tudo. O autor desta enciclopédia crê pessoalmente na necessidade de purificação, através, pelo menos parte da Tribulação, e que assim a igreja sofrerá para seu próprio benefício; e também que esses acontecimentos ocorrerão por volta dos fins do século XX. A experiência demonstrará tudo para nós, ao passo que nossos argumentos em prol e contra esta ou aquela posição servem somente para nos deixar na dúvida, até que os próprios acontecimentos ocorram.
Estou escrevendo este pequeno parágrafo alguns anos depois da escritura dos parágrafos dados acima. Atualmente acho que a tribulação durará bem mais do que os sete anos tradicionais. Possivelmente o número 7 é simbólico e indica um período completo ou perfeito de desastres que quebrará o poder de um mundo pagão. Possivelmente o número (se não simbólico) indica um tempo especial para a nação de Israel que constituirá, não tudo, mas uma parte, da tribulação. A igreja, então, uma vez purificada, poderá escapar destes 7 anos. O Apocalipse deixa bem claro que a igreja passará a tribulação e enfrentará o anticristo. Certamente, os cristãos antigos esperavam exatamente isso, embora tal não fosse destinado para eles. A esperança de escapar aos sete anos (de terror maior, talvez), pode ser uma compreensão moderna, inspirada pelo Espírito Santo. Sobre este ponto, não tenho certeza e apresento esta interpretação como uma especulação que_ pode ser parcialmente certa, parcialmente errada. É parte da minha especulação a ideia de que a tribulação durará até 40 anos, o número místico e simbólico de provação.

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