O Fermento dos Fariseus


Qual foi a motivação deles? Queriam um pouco de prestígio espiritual. Desejavam que parecesse estarem contribuindosacrificialmente e, ao mesmo tempo, guardaram parte do dinheiro para si mesmos. Isso sugere que eles amavam o dinheiro. Paulo escreveu a Timóteo: “O amor ao dinheiro é raiz de todos os males”. “Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos” (1 Tm 6.10 - NVI). E esse foi, sem dúvidas, o caso de Ananias e Safira. A carta aosHebreus nos exorta: “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’” (Hb 13.5 – NVI).

Na história de Ananias, encontramos dois personagens que estão tão contaminados pelo amor ao dinheiro, que estão dispostos a conspirar juntos para cometerem uma hipocrisia notória. Venderam sua terra, mas, em vez de entregarem todo o produto da venda ao Senhor, como haviam prometido, deram apenas uma parte, como se fora toda a quantia obtida na venda. Com esse jogo de interesses, pensaram que poderiam ficar com a admiração espiritual e algum dinheiro.
O pecado deles não consistiu no fato de não terem dado todo o dinheiro. Não havia qualquer exigência para que entregassem tudo. Tinham o pleno direito de reter ou dar o que desejassem. Não precisavam sequer vender a propriedade. Toda a oferta era voluntária, como toda a contribuição mencionada no Novo Testamento.
O pecado deles foi a mentira. Evidentemente, fizeram um voto ao Espírito Santo, diante da congregação. Mentiram a toda a congregação, mas, pior do que isso, mentiram para Deus (At 5.4). Talvez pensaram que este seria um pecado secreto, mas não ficou em secreto por muito tempo. O próprio Deus o expôs à congregação.
Sejamos honestos. Esse tipo de hipocrisia não é um pecado incomum. Nem é aquele tipo de pecado que tendemos pensar ser hediondo. Muitas pessoas contribuem sob falsos pretextos. Esse pecado é equivalente ao homem que enrola algumas notas, de forma a que pareçam uma gorda contribuição entre as outras ofertas. Ou ainda,equivale à mulher que faz estardalhaço para entregar seu envelope de ofertas, o qual contém apenas algumas moedas. É como os fariseus que anunciavam suas esmolas com trombetas, nas sinagogas e nas ruas, de forma que todos percebessem (Mt 6.2).
Sobre essas pessoas, Jesus disse: “Já receberam sua plena recompensa” (Mt 6.2,5,16 – NVI). Desejam que os outros vejam sua demonstração de boas obras; e os outros veem. Esta é a sua recompensa. Buscam a glória dos homens, não a de Deus; portanto, o reconhecimento humano é tudo que receberão. “Mas, quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita, de forma que a sua ajuda seja prestada em segredo. E seu Pai, que vê o que é feito em segredo,  o recompensará” (Mt 6.3,4 – NVI). Podemos ter a impressão de que esse pecado é insignificante, mas Deus não o considera assim. Jesus o chamou de “o fermento dos fariseus” (Lc 12.1).
Esse mesmo fermento ameaçava infectar a igreja recém- nascida. Deus haveria de punir este pecado de forma dura e abrupta, enviando a todos sinais acerca da seriedade da vida na igreja.

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