Não seria anacrônica ao menção ao rei Agague em Números 24.7, em vista de ter ele sido contemporâneo de Saul, no século XI a.C. (1Sm 15.8)?

Provavelmente “Agague” não se refere a um nome pessoal. Pode ter sido um título de realeza entre os amalequitas, semelhante a “faraó” entre os egípcios e “César” no meio dos romanos. É claro que esse último título originalmente era o nome de Gaius Julius Caesar. Agague tem sido encontrado como nome (ou seria título?) em inscrições fenícias (cf. Corpus inscriptionum semiticarum i. 3196), num local e tempo demasiado distantes dos midianitas do sul, que haviam sido varridos pelo exército de Saul. Todavia, ainda que o nome o


 qual aparecesse na família real dessa parte da nação midianita fosse de realeza, esse fato não seria mais notável que a ocorrência do nome Jeroboão, como sendo o do rei de Israel, que reinou de 793 a 753 a.C, em vez do que governou no país do norte em 931 a.C. Existe uma sucessão, semelhante a essa, de nomes reais na Fenícia (dois ou mais reis chamados “Hirã” ou “Airão”), na Síria (há pelo menos dois Ben-Hadades) em Gerar, na Filístia (existe pelo menos dois Abimeleques), e no Egito (onde houve três faraós chamados Senwosret e quatro Amenemhet, só na xii dinastia; na xviii dinastia, houve quatro chamados Tutmés e mais quatro chamados Amenotepe). Embora não haja registros escritos da cultura midianita, podemos com segurança afirmar que eles também seguiram o costume de usar com freqüência um determinado nome popularizado em sucessivas gerações.

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