Integridade da Epístola aos Romanos


A discussão acima tem demonstrado amplamente que praticamente todos os eruditos consideram que a epístola aos Romanos é uma obra genuína do apóstolo Paulo, um dos quatro escritos clássicos paulinos, que não têm sido postos em dúvidas, no tocante à sua autenticidade, virtualmente por ninguém. Isso não significa, entretanto, que essa epístola não tenha sido sujeita a estudo pesquisador no que diz respeito à sua validade e ao seu texto, conforme chegou até nós, ou — que cada passagem da mesma tenha sido aceita sem qualquer objeção. Há certo número de problemas secundários, que envolvem variantes textuais, que são averiguados dentro da exposição, por não serem suficientemente importantes para receberem uma atenção especial.
No entanto, existem três problemas de maior gravidade, que agora passamos a examinar.
1. Há alguns manuscritos onde a palavra Roma não se encontra em Rom. 1:7 e 15. Os manuscritos que omitem essas palavras são — G (século IX), Or(part), 1739(mg) e 1908(mg), os quais não se revestem de qualquer importância especial no tocante à epístola aos Romanos, e assim, de um ponto de vista da crítica textual puramente objetiva, nenhum ‘erudito de vulto pode defender a tese de que a essa epístola, na realidade, falta a saudação aos crentes de Roma. O fato de que Origenes, um dos pais da igreja, algumas vezes não citou o texto com a referência a Roma, mostra-nos que a variante original deve ter aparecido antes de 250 D.C., sendo, por isso mesmo, mais antiga que o nono século, que é a data do primeiro manuscrito em existência a exibir essa variante. Não obstante, a evidência textual objetiva, em favor dessa omissão, é extremamente débil.
O fato é que, ocasionalmente, ainda que em casos um tanto raros, os manuscritos posteriores retêm um texto original que manuscritos mais antigos haviam modificado. Isso poderia ser o caso quando surgem textos particularmente difíceis, que foram alterados para efeito de simplificação. Nesse caso, talvez tenha sido impossível para alguns escribas posteriores deixarem que uma tão grande epístola como essa fique sem alguma designação ou destino. Todavia, teria sido apenas natural, ainda que a epístola, originalmente, não contasse com qualquer designação de seus destinatários, dirigi-la aos romanos, porquan¬to a coleção de escritos paulinos, de outra maneira, não teria dirigido qualquer escrito àquela importante igreja do cristianismo primitivo. Com base nessas considerações, pode-se aceitar como possibilidade, ainda que talvez não como probabilidade, que essa epístola de Paulo, originalmente, não tinha qualquer atribuição de destino.
Poderíamos explicar a ausência de endereço, na epístola aos Romanos, de diversas maneiras, a saber:
a. Essa epístola, apesar de paulina, poderia ter sido uma epístola geral enviada para um número indeterminado de igrejas cristãs. — Finalmente, porém, a saudação aos crentes «de Roma» se tornou vinculada a ela.
b. Ou podem ter existido mais de uma epístola, uma mais breve e outra mais longo, uma que continha a designação aos Romanos e outra que não a continha. (As notas expositivas dadas mais abaixo discutem a possibilidade da epístola original aos Romanos ter envolvido somente os primeiros catorze capítulos, o que forma um dos outros problemas difíceis em tomo dessa epístola). Com o tempo, entretanto, essas duas epístolas, enviadas separadamente, para diferentes localidades, vieram conter a referência «aos Romanos», com a exceção de alguns poucos manuscritos, que talvez fossem um reflexo da epístola geral, a qual, ou era muito semelhante à nossa presente epístola, ou então era uma duplicação, — ainda que sem os capítulos quinze e dezesseis. Precisamos dizer, entretanto, que as palavras «…em Roma…» pelo menos estavam inclusas na forma da epístola conforme a possuímos atualmente, o que se pode supor com base inteiramente separada do trecho de Rom. 1:7,15, já que as passagens de Rom. 1:10-15 e 15:22-32 indicam, de maneira bem definida, que o destino dessa epístola era a congregação cristã que estava na cidade de Roma. Assim sendo, podemos procurar explicar a omissão da palavra «Roma», nessa epístola, segundo alguns manuscritos, de diversas maneiras, a saber.
I. Algum escriba, estando familiarizado com uma forma dessa epístola que não tinha a palavra «Roma», pode tê-la omitido na sua cópia, assim criando a variante que subsequentemente foi multiplicada através de outras cópias.
II. Um escriba pode ter querido fazer dessa epístola uma espécie de introdução para toda a coleção de escritos paulinos (conforme agora ela está situada, em nosso N.T.), pensando que se prestaria melhor a essa finalidade se fosse uma epístola geral, e não uma missiva dirigida a uma determinada comunidade, pelo que também apagou a palavra «Roma».
III. Alguns eruditos têm acusado Márcion (150 D.C.) de ser o culpado dessa omissão, porque é fato bem conhecido que ele não hesitava em truncar trechos bíblicos para atender os seus propósitos pessoais. Talvez ele tenha querido transformar esse escrito de Paulo em uma epístola geral, por motivos por nós ignorados. No entanto, todas as evidências que possuímos sobre a existência de um «cânon» de Márcion mostram-nos que ele possuía uma epístola aos Romanos, sem dúvida a mesma a qual damos esse nome; pelo que esse argumento rui por terra.
A mais favorecida dessas posições é a de número (II), e apesar de não sabermos qual a solução desse problema, com qualquer certeza, pelo menos essa ideia é possível, se não menos provável.
2. O segundo problema de maior envergadura, que diz respeito a esta epístola aos Romanos é o que envolve a doxologia, em Rom. 16:25-27, em nossas traduções. Essa doxologia aparece em três posições diferentes, nos manuscritos antigos. Em alguns manuscritos aparece por mais de uma vez, ao passo que, em outros, não aparece nenhuma vez. Abaixo damos as evidências textuais a respeito:
Os mss L, 104, 1175 e a versão Si(h) têm essa doxologia no fim do décimo quarto capítulo. Orígenes informa-nos que alguns manuscritos que ele conhecia (atualmente inexistentes), estampavam a doxologia nesse lugar. Já os mss AP, 5, 33 e as versões armênias apresentam essa doxologia tanto nesse lugar como no fim do décimo sexto capítulo. Já os mss D(3), F e G não contêm essa doxologia, e tanto Mârcion como Jerônimo conheciam alguns manuscritos (atualmente inexistentes), que não a continham em parte alguma. Ê interessante que o côdex G não exibe essa doxologia, mas deixa um espaço em branco para a mesma, mostrando que o escriba que o copiou tinha consciência de sua existência. As autoridades textuais que apresentam tal doxologia no fim do capítulo décimo sexto são Aleph, BD, algumas versões latinas, as versões Si(p), Cóp e os escritos dos pais da igreja, Clemente, Orígenes e Ambrosiastro, este último em seu comentário sobre a epístola aos Romanos (pertencente ao século IV D.C.). O manuscrito P traz essa doxologia no fim do capítulo décimo quinto, mas não nos capítulos catorze ou dezesseis.
Alguns eruditos tem pensado que essa doxologia, originalmente, assinalava o final da epístola aos Romanos, no décimo quarto capítulo, e que os capítulos décimo quinto e décimo sexto foram adições posteriores feitas a essa epístola (ver a discussão abaixo, sobre esse problema). Então, ao ser acrescentado o décimo quinto capítulo, a doxologia foi transferida para o fim do mesmo, em alguns manuscritos. E, por semelhante modo, ao ser adicionado o décimo sexto capítulo, foi ela transferida de sua posição original, ou mesmo do fim do décimo quinto capítulo, para o fim do capítulo dezesseis, a fim de conferir à epístola um término apropriado. Muitos críticos textuais modernos, entretanto, atual¬mente acreditam que essa doxologia jamais fez parte original da epístola aos Romanos, conforme foi escrita pelo apóstolo Paulo; pelo contrário, essa bela doxologia foi criada por algum escriba subsequentemente, a qual passou a ser usada para encerrar, com maior beleza, a grande epíst. aos Romanos. Isso pode ter sido feito, sem importar se a epístola aos Romanos consistia de catorze, de quinze ou de dezesseis capítulos, o que vem a ser o terceiro grande problema relativo a essa epístola, e que é discutido mais abaixo.
Alguns eruditos têm conjecturado que essa doxologia foi criada pelos marcionitas, que foram os primeiros a criarem, oficialmente, um «cânon» das Escrituras do N.T., o qual consistia de dez epístolas paulinas e de uma forma mutilada do evangelho de Lucas. Essa suposição é tão boa como qualquer outra, não havendo meios para comprovarmos a sua validade ou não.
3. A epístola aos Romanos, segundo foi originalmente escrita, tinha catorze, quinze ou dezesseis capítulos? Esse é o problema mais complicado que há, no que concerne à integridade da epístola aos Romanos, embora não se trate, realmente, de um problema textual, porquanto todos os manuscritos existentes dessa epístola contêm os capítulos quinze e dezesseis, embora, hodiernamente, alguns estudiosos duvidem que esses dois capítulos façam parte original da mesma. A discussão sobre essa questão gira em torno de duas coisas:
a. Um bom número de manuscritos evidentemente exibia essa doxologia no fim do décimo quarto capítulo, o que sugere que a epístola original aos Romanos terminava ali. É fato quase certo que a epístola aos Romanos, conforme era conhecida por Márcion (150 D.C.), terminava nesse décimo quarto capítulo. Os comentários de Tertuliano, sobre a epístola aos Romanos, dentro do «cânon» marcionita, terminam nesse capítulo, e Orígenes nos revela, incisivamente, que nesse ponto terminava o «cânon» de Márcion. E ainda existem outras provas tradicionais de que o décimo quarto capítulo assinalava o fim da epístola aos Romanos. Uma lista de antigos títulos em latim, dados aos capítulos dessa epístola, não exibe provisão para os capítulos quinze e dezesseis.
O fim da epístola aos Romanos, no décimo quarto capítulo, conforme alguns manuscritos e tradições, tem sido explicado por aqueles que defendem que o capítulo décimo quinto é uma porção autêntica da mesma, ou por aqueles que aceitam como autênticos tanto o capitulo quinze como o capítulo dezesseis, da seguinte forma:
I. Márcion teria sido o culpado por haver abreviado a epístola aos Romanos, ou essa abreviação pode ser atribuída a algum escriba. Porém, os que assim afirmam não oferecem qualquer razão pela qual Márcion, ou outro indivíduo qualquer, teria feito tal abreviação, e isso só contribui para confundir ainda mais a situação já confusa.
II. Outros estudiosos supõem que o final da epístola aos Romanos se perdeu, ou que, pelo menos, esse final foi danificado de tal maneira que se tomou impossível extrair do mesmo uma cópia. Essa ideia também tem pouca coisa para recomendá-la. Tudo não passa de uma especulação, que não pode ser comprovada.
III. Outros eruditos têm imaginado que o próprio apóstolo Paulo enviou uma versão mais curta de sua epístola. Mas essa é outra conjectura pura, sendo maneira muito duvidosa de dar solução ao problema.
IV. Parece melhor supor que a epístola original aos Romanos foi enviada sob a forma mais breve, e que pelo menos o décimo quinto capitulo também fazia parte da correspondência paulina aos crentes de Roma, que não tardou a ser acrescentado aos outros capítulos anteriores.
Não é impossível, por igual modo, que as duas epístolas, isto é, capítulos primeiro a décimo quarto e capítulo décimo quinto, tenham sido enviadas juntamente, — e que esta última represente um pensamento ulterior, ou post-scriptum da primeira. Algumas tradições, assim sendo, continham catorze capítulos, ao passo que outras exibiam quinze. O décimo quinto capítulo possui muitos sinais de autenticidade paulina e, de fato, dá uma continuação suave ao tratamento abordado nos catorze primeiros capítulos. Quanto ao seu estilo, esse capítulo quinze é paulino, e parece indiscutivelmente dirigido aos crentes de Roma. Pode-se observar particularmente os versículos vigésimo segundo a trigésimo segundo. A maioria dos eruditos concorda que o décimo quinto capítulo, quanto ao seu conteúdo, estilo e vocabulá¬rio, sugere a autoria paulina e alguma forma de conexão legítima com os primeiros catorze capítulos da epístola aos Romanos. Os versículos vinte e nove e trinta e dois antecipam a dificuldade que haveria em Jerusalém (pela qual Paulo ainda não haveria passado), sendo muito difícil que algum escriba subsequente, se tivesse forjado essa seção, tivesse feito uma referência antecipatoria dessa natureza, porque o mais certo é que, se isso houvesse de fato sucedido, teria injetado nessa porção escrita algumas ocorrên¬cias históricas conhecidas, a respeito de tais circunstâncias, por conhecimento posterior, e não por previsão. Pode-se afirmar com confiança, portanto, que sem importar se estivera ou não originalmente vinculado aos primeiros catorze capítulos, o décimo quinto capítulo sem dúvida foi enviado em conjunto com aquela primeira porção, talvez como uma adição, ou, segundo foi sugerido acima, como um pós-scrip- tum. Isso explicaria tanto o. término da epístola no décimo quarto capítulo (o que pode ser indicado pela posição da doxologia, existente em alguns manuscri¬tos, nesse ponto), como no décimo quinto capítulo, conforme alguns manuscritos exibem a doxologia nessa altura. O fato é que não sabemos, realmente, o que aconteceu, ainda que pareça não haver ideia melhor do que essa.
b. A segunda coisa que serve de fulcro sobre a pergunta se a epístola aos Romanos tinha catorze, quinze ou dezesseis capítulos, quando originalmente escrita e enviada, é o problema atinente ao décimo sexto capítulo. Essa questão ainda é mais difícil do que aquela primeira, representada em a. Em contraste com o décimo quinto capítulo, o capitulo dezesseis não apresenta uma continuação suave e natural em relação à primeira parte da epístola, pelo menos no que diz respeito ao seu conteúdo. Essa seção tem início com a apresentação de Febe, a portadora da missiva, mas ela era diaconisa da igreja de Cencréia, e não de Corinto. Naturalmente, não é impossível que ela estivesse de visita a Corinto, tendo sido convenientemente utilizada quando Paulo preci¬sou de alguém que fosse a Roma, levar a sua epístola aos crentes daquela cidade.
Precisamos admitir que esse capítulo, fora a parte do problema da saudação, trata de questões que antes não haviam sido abordadas na epístola aos Romanos (os versículos dezessete e dezoito contêm advertências .contra os falsos mestres e os perturbadores da ordem). E, apesar disso não ser fatal para a ideia de que esse capítulo fazia parte da epístola original aos Romanos, pode indicar que se tratava, realmente, de uma pequena epístola, separada daquela outra, mas que, com a passagem do tempo, veio a ficar vinculada à mesma.
Outra dificuldade diz respeito à questão da saudação. Sabemos que Paulo não tinha contatos pessoais com a igreja cristã de Roma. No entanto, esse décimo sexto capítulo encerra muitas saudações que parecem indicar que ele conhecia pessoalmente as pessoas a quem se dirigia, sem importar qual a igreja exata à qual ele se dirigia. Vinte e cinco indivíduos e duas famílias são ali saudados. Poderia Paulo conhecer de tal modo tanta gente, sem nunca ter visitado a cidade de Roma? Outrossim, o conheci¬mento com aquela gente não era casual, superficial, conforme se depreende das descrições usadas pelo apóstolo, como, por exemplo, «Saudai a meu querido Epêneto, primícias da Ãsia…» e «Saudai a Andrônico e Júnias, meus parentes e companheiros de prisão…» Essa expressão, «meus parentes», verdadeiramente pode indicar apenas que eles eram compatriotas do apóstolo, e não parentes no sentido primário do termo. Amplíato, por igual modo, é chamado de «…meu dileto amigo no Senhor». Urbano aparece como «nosso cooperador em Cristo». A mãe de Rufo figura também como «mãe» do apóstolo Paulo. Em face de razões similares, levanta-se naturalmente a pergunta: «Será possível que tantas pessoas bem conhecidas de Paulo subsequentemente se tenham mudado para a cidade de Roma, tendo sido saudadas tão afetuosamente pelo apóstolo? Não parece mais plausível supormos que, na realidade, Paulo escrevia essa pequena epístola ou saudação, apresentando Febe para levar alguns avisos para uma igreja localizada em outro lugar qualquer, talvez Êfeso?
Priscila e Àquila haviam trabalhado em Êfeso em companhia de Paulo, e provavelmente continuavam habitando ali, e Epêneto é distintamente vinculado à « Ásia», da qual região Êfeso era a principal cidade. Não obstante, a suposição de que essa pequena epístola, composta do nosso décimo sexto capítulo da epístola aos Romanos, foi realmente enviada a Êfeso, se defronta com inúmeras dificuldades, principalmen¬te em face da ausência de qualquer designação específica de destino. Contudo, é difícil explicar como tal epístola poderia ter sido ligada à epístola aos Romanos, e por que um colecionador das epístolas paulinas tê-la-ia vinculado à mesma, e não a outra epístola qualquer. No entanto, Goodspeed aprova essa teoria, pensando que isso foi feito simplesmente porque uma missiva tão diminuta pareceria fora de lugar se figurasse ao lado das importantíssimas epístolas aos Romanos e aos Coríntios, se fosse posta na coleção dos escritos paulinos em nome próprio. E assim foi meramente posta como apêndice de uma epístola maior, a fim de assegurar a sua preservação, devido ao valor que a mesma possuía, apesar de seu volume diminuto. Por semelhante modo, alguns eruditos têm conjecturado de que a epístola a Filemom (outra epístola pequena de Paulo) teria sido originalmente vinculada à epístola aos Colossen- ses, pelas mesmas razões acima referidas, é que ambas foram publicadas sob um único título—Colossenses.
Para esse problema sobre o décimo sexto capítulo da epistola aos Romanos, entretanto, existem outras explicações alternativas, segundo enumeramos abaixo:
1. O décimo sexto capítulo seria parte original de uma outra epístola aos Efésios, que se perdeu, com exceção dessa pequena porção. Visto que essa ideia é uma pura conjectura, nada acrescenta ao nosso conhecimento, ainda que permaneça como remota possibilidade.
2. Outros estudiosos supõem que se tratava de uma pequena carta escrita por Paulo, enviada para alguma outra igreja ou igrejas, não identificadas, a qual foi levada por Febe, como carta de apresentação, mas que, finalmente, veio a ser vinculada à epístola aos Romanos, sem qualquer outro motivo especial além da tentativa de sua preservação, porquanto, se permanecesse isolada, mais facilmente se perderia.
3. Ainda outros eruditos lhe dão a categoria de uma epístola «pastoral», ou seja, uma minúscula epístola que não era de autoria paulina. Pois se tem observado que esse décimo sexto capítulo da epístola aos Romanos tem algumas características em comum com as «epístolas pastorais». As saudações, ainda que mais extensas, se assemelham àquelas que aparecem no fim da segunda epístola a Timóteo. Na realidade não existe solução adequada para o problema do décimo sexto capítulo da epistola aos Romanos, mas as evidências pelo menos apontam-no como de autoria paulina. Todavia, deve ter sido uma carta original-mente enviada por meio de Febe, inteiramente à parte da epístola aos Romanos. E por razões desconhecidas, que talvez jamais possam ser descobertas, mas provavelmente por mera chance, ela veio a ser um apêndice da epístola aos Romanos. Ê razoável supormos que isso pode ter sido feito simplesmente para garantir a sua preservação, conforme a sugestão de Goodspeed. (Ver An Introduction to the New Testament, Chicago: University of Chicago Press, 1937, págs. 85 e 86).

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