Autoria do Evangelho de Lucas


O mesmo eminente erudito, Emest Renan, que designou o evangelho de Mateus como «o mais importante livro que jamais foi escrito», declarou que o evangelho de Lucas é «o mais belo livro que jamais foi escrito». Buckner B. Tarwick («The New Testament as Literature», Gospels and Acts, pág. 50), acredita que o evangelho de Lucas é o mais amado dos livros. E é amado por todos porque seu próprio autor sempre demonstrou sinais de ternura. Contentou-se em se perder inteiramente em Alguém maior do que ele, e o seu livro mostra que ele amava a humanidade com uma afeição genuina. Era o «médico amado» conforme o apóstolo Paulo o chamou (ver Col. 4:14).
1. Autoria
Ver o tratamento muito mais completo sobre este. assunto na introdução a Atos, sob o mesmo titulo. Lá também é dada a descrição da pessoa de Lucas no último parágrafo.
Unidade de Lucas-Atos Considerados juntamente, os livros do evangelho de Lucas e dos Atos dos Apóstolos representam pouco mais do que um quarto do volume do N.T. Isso significa que Lucas contribuiu com mais material, para o volume total do N.T., do que qualquer outro autor sagrado, porquanto Lucas-Atos contém mais material do que as treze epístolas paulinas (se não considerarmos como paulina a epístola aos Hebreus). Ainda que não houvesse outro motivo além do volume, Lucas-Atos teria de ser uma importante consideração no estudo do N.T. A autoria comum desses dois documentos, e o fato de que Lucas foi esse autor, é um fato óbvio e universalmente reconhecido. Constituem dois volumes do mesmo esforço literário. A passagem de Atos 1:1 mostra que os dois volumes constituem uma unidade e têm origem comum. Já no ano de 185 D.C. (no livro de Irineu, Contra Heresias 3:14), encontramos uma afirmação sobre a autoria lucana desses dois livros. O testemunho do Cânon Muratoriano, dos fins do século II da era cristã, confirma essa declaração. Testemunhos similares são dados por Tertuliano (Mar. IV.2), Orígenes, Eusébio (História, VI.25) e Jerônimo (Vir. illustr. 7). Pelos fins do século II D.C. essa era uma tradição comum na igreja de Roma. Evidências linguísticas comprovam as reivindicações da autoria de Lucas, bem como as declarações da tradição citada acima. Quase duas vezes mais são as palavras peculiares dos livros de
Lucas e Atos, no N.T., do que nos outros dois evangelhos sinópticos e em Atos, e muitas palavras e expressões características do estilo de Lucas se encontram em ambos os documentos. Essas declarações têm sido desafiadas (como no livro de A.C. Clark, The Acts of the Apostles), sobre argumentos linguísticos. Mas quase universalmente esses desafios, não são reputados convincentes, especialmente à luz de muitas provas positivas que consubstanciam a autoria lucana desses dois documentos sagrados.

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